Nova terapia melhora sobrevida de doentes com leucemia

Medicamento quizartinib tomado durante a quimioterapia melhorou sobrevida em doentes adultos com um subtipo comum e altamente agressivo de leucemia mieloide aguda em comparação com uma terapia baseada apenas na quimioterapia.

Nova terapia melhora sobrevida de doentes com leucemia
Nova terapia melhora sobrevida de doentes com leucemia

Um largo estudo internacional de fase 3 demonstrou que a toma do medicamento quizartinib em conjunto com quimioterapia mostrou benefícios de uma sobrevida global média de 31,9 meses, em doentes adultos com um subtipo comum e altamente agressivo de leucemia mieloide aguda (LMA).

Com a nova terapia o estudo, coliderado pelo investigador Harry P. Erba, do Duke Cancer Institute, EUA, mostrou que o tempo médio de sobrevida dos pacientes de LMA foi superior ao dobro dos pacientes tratados apenas com quimioterapia, que foi de 15,1 meses.

A leucemia mieloide aguda é uma das formas mais comuns de leucemia em adultos, representando cerca de um terço de todos os casos. A taxa de sobrevida em cinco anos da LMA é de cerca de 29%. Os pacientes do estudo tinham um subtipo de LMA conhecido como FLT3-ITD positivo, que normalmente tem piores resultados.

“Nós concentramo-nos em pacientes com LMA neste grupo de alto risco e verificamos um benefício significativo na sobrevida com a adição de uma terapia muito potente e altamente direcionada ao tratamento padrão”, referiu Harry P. Erba.

O estudo envolveu 539 pacientes com LMA com a mutação FLT3-ITD que foram aleatoriamente designados para receber o medicamento do estudo ou placebo, juntamente com quimioterapia. Os pacientes tinham entre 18 e 75 anos.

No estudo foi administrada uma segunda rodada de quimioterapia no caso da LMA encontrada em exame de medula óssea pós-indução. Os pacientes que alcançaram remissão completa ou remissão completa com recuperação incompleta do hemograma receberam até quatro ciclos de um regime de quimioterapia padrão chamado de alta dose Ara-C com quizartinibe ou placebo, seguido por até três anos de terapia de continuação com quizartinibe ou placebo. Os pacientes em remissão também podem prosseguir com um transplante de medula óssea.

“Estamos encorajados com as descobertas, particularmente para este grupo de pacientes com LMA que têm resultados particularmente ruins”, referiu o investigador. “Os dados indicam que a terapia também foi geralmente bem tolerada, o que é importante”.

Os resultados do estudo, que envolveu também investigadores da Daiichi-Sankyo, foram apresentados na reunião da Associação Europeia de Hematologia em Viena, Áustria, em 11 de junho de 2022.