Nova terapia para cancro do pulmão agressivo apresenta benefícios

Pacientes com cancro do pulmão de células não-pequenas com metástase podem ter uma nova esperança. Estudo mostra que uma nova terapia baseada nos medicamentos tremelimumabe e durvalumabe mais quimioterapia melhora sobrevida.

Nova terapia para cancro do pulmão agressivo apresenta benefícios
Nova terapia para cancro do pulmão agressivo apresenta benefícios. Foto: Rosa Pinto

Dados atualizados após cerca de quatro anos de acompanhamento de estudo de fase III mostram que o uso de tremelimumabe adicionado ao Imfinzi da AstraZeneca (durvalumabe) com mais quatro ciclos de quimioterapia leva a uma melhora sustentada na sobrevida global, em comparação com quimioterapia isolada em tratamento de 1ª linha, em pacientes com cancro do pulmão de não-pequenas células em estágio IV (metastático).

A farmacêutica AstraZeneca indica que adicionais análises exploratórias post-hoc têm continuado a mostrar uma tendência de melhora de sobrevida global com esta combinação de terapia em pacientes com cancro do pulmão de não-pequenas células com mutação em STK11, KEAP1 e KRAS, bem como em pacientes em que os tumores eram negativos para PD-L1 (menos de 1% de expressão de células tumorais).

Os resultados do estudo foram apresentados no Congresso 2022 da Sociedade Europeia de Oncologia Médica.

Mutações KRAS são o fator de crescimento tumoral mais comum em cancro do pulmão de não-pequenas células com mutação, ocorrendo em aproximadamente 25% dos pacientes. Tumores de cancro do pulmão de não-pequenas células com mutações STK11 e KEAP1 são frequentemente associados a maus resultados e classificados como imunologicamente “frios”. O cancro do pulmão de não-pequenas células com mutação de KRAS pode responder à imunoterapia, mas também pode ter resultados ruins, principalmente quando associado a comutações de STK11 ou KEAP1.

Melissa Johnson, Diretora de investigação do Cancro do Pulmão do Instituto de Investigação Sarah Cannon no Tennessee Oncology, em Nashville, referiu: “O cancro do pulmão metastático de células não-pequenas é um diagnóstico devastador, particularmente para pacientes cujos cancros são menos responsivos a tratamentos padrão, como quimioterapia e terapia imunológica”.

No caso a investigadora aponta para a vantagem do uso de tremelimumabe, durvalumabe e quimioterapia como uma nova opção de potencial tratamento para pacientes mais difíceis de tratar.

Susan Galbraith, vice-presidente executiva de P&D em Oncologia da AstraZeneca, referiu que os estudos mostram “mais evidências de que a adição de um curso limitado de tremelimumabe ao imfinzi mais quimioterapia melhora os resultados para pacientes com cancro do pulmão metastático de células não-pequenas, incluindo com mutações tumorais específicas, onde permanece uma alta necessidade não atendida de tratamentos eficazes e bem tolerados”.