Novo Banco recorre ao Fundo de Resolução

Novo Banco estima uma necessidade de entrada de capital superior ao ano passado. O montante necessário vem do Fundo de Resolução, mas este pode pedir um empréstimo ao Estado até um valor máximo anual de 850 milhões de euros.

Novo Banco recorre ao Fundo de Resolução
Novo Banco recorre ao Fundo de Resolução. Foto: © Rosa Pinto

O Ministério das Finanças indicou que tomou conhecimento da apresentação das contas de 2018 do Novo Banco (NB) e da estimativa da necessidade de entrada de capital através do Fundo de Resolução (FdR), com um montante superior ao ano anterior.

O Fundo de Resolução vai agora validar o montante solicitado pelo NB, através dos mecanismos contratuais previstos (validação pela Comissão de Acompanhamento e pelo Agente de Verificação) e da atividade de supervisão desenvolvida pelo Banco de Portugal.

Depois das validações, o FdR deve, numa fase inicial, disponibilizar os recursos próprios para assegurar o pagamento e, posteriormente, avaliar a possibilidade de um financiamento de mercado. No caso de persistirem necessidades de financiamento, o FdR poderá pedir um empréstimo ao Estado que terá um valor máximo anual de 850 milhões de euros, conforme está previsto no Acordo-Quadro.

Dado os montantes pedidos, o Ministério das Finanças, em conjugação com o FdR, considera-se indispensável a realização de uma auditoria para o escrutínio do processo de concessão dos créditos incluídos no mecanismo de capital contingente.

O Ministério das Finanças indicou que vai continuar a acompanhar regularmente o processo de validação, pelo FdR, do montante solicitado pelo Novo Banco, de forma a assegurar a defesa do interesse público.

No momento da venda, em outubro de 2018, foi colocado um limite ao envolvimento financeiro do FdR, que nessa altura assumiu um conjunto de obrigações no âmbito do mecanismo de capital contingente. É importante realçar que estes resultados hoje apresentados estão dentro desse limite.

O MF esclareceu que “a estabilidade encontrada pelo Novo Banco está bem patente nos resultados operacionais do Banco quando não é considerado o legado do Banco Espírito Santo. Esta estabilidade, extensível aos restantes bancos nacionais, tem contribuído para a melhoria da avaliação dos riscos financeiros em Portugal, comprovado pelo comportamento das condições de financiamento da República desde o final de 2016 até ao presente.”

“O valor da estabilidade financeira e da credibilidade da política orçamental portuguesa, conquistadas nos últimos anos, é traduzido nas baixas taxas de financiamento do Estado, das empresas e das famílias, e tem contribuído de forma decisiva para a recuperação da economia portuguesa e para a sua trajetória de convergência com a União Europeia” escreveu o MF.

O MF considera que “o Programa de Financiamento da República para 2019, não é expectável que um eventual empréstimo tenha um impacto adicional nas necessidades de financiamento. O Governo mantém assim o seu compromisso com as metas assumidas e com a promoção da estabilidade do setor bancário para o cumprimento das mesmas.”