Novo tratamento precoce para a Alzheimer reverte declínio cognitivo

Abordagem multimodal personalizada pode reverter o comprometimento cognitivo em pacientes com doença de Alzheimer.

Novo tratamento precoce para a Alzheimer reverte declínio cognitivo
Novo tratamento precoce para a Alzheimer reverte declínio cognitivo. Foto: DR

A abordagem multimodal mostra-se promissora na reversão do declínio cognitivo na população com declínio cognitivo, a conclusão é de um estudo, liderado por Heather Sandison, especialista em cuidados com a doença de Alzheimer, e publicado na revista “Alzheimer’s Disease”.

O estudo, o segundo a empregar um plano de atendimento multimodal e individualizado, mostra que haver mais esperança numa possível reversão do comprometimento cognitivo, tendo apresentado melhorias significativas na função cognitiva entre indivíduos com declínio cognitivo.

No estudo os 34 participantes foram submetidos a visitas clínicas regulares e receberam suporte nutricional contínuo por meio de telefonemas semanais. A função cognitiva foi avaliada usando a bateria Cambridge Brain Sciences (CBS) e a Avaliação Cognitiva de Montreal no início, um, três e seis meses.

Os resultados do estudo foram altamente encorajadores. Após seis meses de intervenção, os participantes demonstraram melhorias significativas na função cognitiva. Os escores do Avaliação Cognitiva de Montreal aumentaram de 19,6 ± 3,1 para 21,7 ± 6,2 (p = 0,013), indicando melhor desempenho cognitivo. Além disso, foram observadas melhorias significativas em todos os domínios da bateria cognitiva CBS, incluindo memória, raciocínio, habilidade verbal e concentração.

“É muito gratificante ver os pacientes melhorarem e observar mudanças significativas não apenas para o paciente, mas também para seus entes queridos, à medida que recuperam a função cognitiva. Tenho esperança de que essas descobertas iniciem o processo de transformar anedotas em estatísticas e muito mais os pacientes passam a ter acesso a esse tipo de tratamento”, referiu Heather Sandison.

Os resultados do estudo de Heather Sandison têm implicações importantes para o campo da investigação e tratamento da doença de Alzheimer. Atualmente, só nos EUA há 6,5 milhões de americanos diagnosticados com a doença de Alzheimer, um número que continua a crescer. Em Portugal o número de doentes de Alzheimer é estimado em mais de 205 mil.

O estudo destaca a importância de abordar o declínio cognitivo através de uma abordagem holística e personalizada, visando vários fatores que contribuem para a progressão da doença. O estudo demonstra a viabilidade e o impacto de uma abordagem de intervenção multimodal para o comprometimento cognitivo.