OMS alerta para ataques às unidades de saúde na Ucrânia

Organização Mundial da Saúde divulga que 103 unidades de saúde na Ucrânia foram atacadas, desde o início da Guerra, causando a morte a 73 pessoas e ferindo 51. Diretor-Geral da OMS refere que os ataques são uma violação do direito internacional humanitário.

OMS alerta para ataques às unidades de saúde na Ucrânia
OMS alerta para ataques às unidades de saúde na Ucrânia. Foto: OMS

A guerra na Ucrânia atingiu hoje um marco sombrio referiu, em comunicado, a Organização Mundial da Saúde (OMS), indicando que se verificaram mais de 100 ataques aos cuidados de saúde, desde que começou a guerra em 24 de fevereiro, causando a morte a 73 pessoas e ferindo mais 51.

Dos 103 ataques, 89 impactaram as unidades de saúde e 13 impactaram o transporte, incluindo ambulâncias.

Tedros Adhanom Ghebreyesus, Diretor-Geral da OMS lembrou, em conferência de imprensa, estar indignado “que os ataques à saúde continuem. Os ataques aos cuidados de saúde são uma violação do direito internacional humanitário”, e acrescentou: “A paz é o único caminho a seguir. Peço novamente à Federação Russa que pare a guerra.”

“É uma ironia verdadeiramente triste que estejamos registar este marco de mais de 100 ataques à saúde na Ucrânia no Dia Mundial da Saúde”, observou Hans Henri P. Kluge, Diretor Regional da OMS para a Europa.

Hans Henri P. Kluge, que visitou o centro humanitário de Lviv, no oeste da Ucrânia, referiu: “Fiquei pessoalmente impressionado com a resiliência e firmeza dos prestadores de serviços de saúde e, de facto, do próprio sistema de saúde na Ucrânia. A OMS tem trabalhado para garantir que as linhas de suprimentos permaneçam abertas para permitir que suprimentos médicos e de saúde que salvam vidas cheguem às cidades e vilas em todo o país, e os ataques contínuos à saúde tornam esse esforço ainda mais desafiador”.

A OMS lembra que este marco de mais de 100 ataques à saúde abrange apenas 42 dias desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia. Um impacto que não é apenas no número de mortes e ferimentos, mas o será a longo prazo nas consequências para o sistema de saúde da Ucrânia.

“Em toda a Ucrânia, 1.000 unidades de saúde estão próximas de áreas de conflito ou em áreas de controlo alteradas”, explicou o Jarno Habicht, representante da OMS na Ucrânia.

“Os profissionais de saúde em todo o país a arriscar as suas vidas para atender aqueles que precisam de serviços médicos, e eles e os seus pacientes nunca devem ser alvos. Além disso, quando as pessoas são impedidas de procurar e aceder aos cuidados de saúde, seja porque as instalações foram destruídas ou por medo de se tornarem um alvo, elas perdem a esperança”, concluiu Jarno Habicht.

Desde 1 de janeiro de 2022, a OMS verificou terem ocorrido 160 ataques à saúde em 11 países e territórios, resultando em 97 mortes e 74 feridos. Fora da Ucrânia neste momento, o Sudão também está a testemunhar um aumento recente de ataques à saúde.