Parlamento Europeu aprova 672,5 mil milhões de euros para atenuar efeitos da pandemia

Mecanismo de Recuperação e Resiliência aprovado pelo Parlamento Europeu vai disponibilizar 672,5 mil milhões de euros em subvenções e empréstimos para atenuar os efeitos da pandemia. As verbas podem cobrir projetos iniciados em fevereiro de 2020.

Parlamento Europeu aprova 672,5 mil milhões de euros para atenuar efeitos da pandemia
Parlamento Europeu aprova 672,5 mil milhões de euros para atenuar efeitos da pandemia. Foto: © Rosa Pinto

O Parlamento Europeu aprovou hoje, 10 de fevereiro, o Mecanismo de Recuperação e Resiliência (MRR), destinado a ajudar os Estados-Membros a fazer face aos efeitos da pandemia da COVID-19.

O regulamento que define os objetivos, o financiamento e as regras de acesso ao MRR foi aprovado por 582 votos a favor, 40 votos contra e 69 abstenções. O MRR é o principal alicerce do pacote de recuperação “Next Generation EU”, no valor de 750 mil milhões de euros.

Atenuar os efeitos da pandemia

Para atenuar as consequências económicas e sociais da pandemia vão ser disponibilizados aos Estados-membros 672,5 mil milhões de euros em subvenções e empréstimos para financiar as medidas nacionais. As verbas poderão também financiar projetos que tenham tido o objetivo de controlo da pandemia e apoio social iniciados a partir de 1 de fevereiro de 2020.

Os fundos vão estar ao dispor durante três anos e os Estados-membros da UE poderão solicitar até 13% de pré-financiamento para os seus planos de recuperação e resiliência.

Elegibilidade para receber financiamento

Para serem elegíveis para financiamento, os planos nacionais de recuperação e resiliência devem incidir sobre os principais domínios de intervenção da UE, como a transição ecológica (incluindo a biodiversidade), a transformação digital, a coesão económica e a competitividade, bem como a coesão social e territorial.

São também elegíveis para financiamento os projetos centrados na forma como as instituições reagem e se preparam para crises, bem como nas políticas para a infância e a juventude, incluindo a educação e as competências.

Todos os planos nacionais terão de dedicar pelo menos 37% do seu orçamento ao clima e 20% às ações digitais, e ter um impacto duradouro em termos sociais e económicos, incluindo reformas abrangentes e um pacote de investimento robusto. Além disso, os projetos não poderão prejudicar significativamente os objetivos ambientais.

O regulamento agora aprovado pelo PE determina ainda que só poderão beneficiar do MRR os Estados-Membros empenhados em respeitar o Estado de direito e os valores fundamentais da União.

Ana Paula Zacarias, Secretária de Estado dos Assuntos Europeus, como representante da presidência Portuguesa do Conselho, referiu: “É importante que, para além das transições digital e climática, o Pilar Europeu dos Direitos Social esteja no centro do MRR. É importante também, como aqui foi dito, que o MRR esteja alinhado com o quadro financeiro plurianual e o Next Generation EU no que se refere ao respeito pelo Estado de direito e à defesa dos interesses financeiros da União.”