Sonda Solar Parker da NASA preparada para explorar o Sol

Sonda Solar Parker, da NASA, com lançamento previsto para dia 12 de agosto, a bordo de um foguete Delta IV-Heavy da Estação do Cabo Canaveral, na Flórida. A Sonda vai estar em orbita em torno do Sol a 3,8 milhões de quilómetros da superfície do Sol.

Sonda Solar Parker da NASA preparada para explorar o Sol
Sonda Solar Parker da NASA preparada para explorar o Sol. Imagem: ©: APL/NASA GSFC

A nave espacial, Solar Parker, da NASA, que é do tamanho de um pequeno carro, vai viajar diretamente para a atmosfera do Sol a cerca de 6 milhões de quilómetros da superfície da estrela e enfrentar calor e radiação como nenhuma outra nave espacial enfrentou até agora.

A sonda é o resultado de “oito longos anos de trabalho duros duro de inúmeros engenheiros e cientistas mas finalmente valeu a pena”, referiu Adam Szabo, cientista da missão da Sonda Solar Parker no Goddard Space Flight Center da NASA em Greenbelt, Maryland, citado em comunicado da NASA.

Aninhada no topo do Delta IV Heavy da United Launch Alliance – um dos foguetes mais poderosos do mundo, a Sonda Solar Parker, que pesa 635 quilogramas, é injetada em direção ao Sol com uma energia 55 vezes maior do que a necessária para chegar a Marte.

Trata-se de uma nave espacial relativamente leve indicou Andy Driesman, gestor do projeto da missão no Laboratório de Física Aplicada Johns Hopkins, dado que “é preciso uma imensa quantidade de energia para chegar à órbita final em torno do Sol.”

Numa órbita altamente elíptica, a Sonda Solar Parker vai alcançar velocidades de até 692.017,92 quilómetros por hora, estabelecendo um novo recorde de velocidade de uma nave espacial.

Durante a vida útil que é esperada para a missão, de pouco menos de 7 anos, a Sonda Solar Parker deverá completar 24 órbitas em torno do Sol chegando a 3,8 milhões de quilómetros da superfície do Sol, na sua distância mais próxima. Mas para chegar a esta distância a sonda tem de desacelerar e isso vai ser feito usando a gravidade do planeta Venus.

Andy Driesman esclareceu que a Sonda Solar Parker vai usar o planeta Vénus para ajustar o percurso e desacelerar para se colocar numa melhor trajetória. Assim a sonda viaja por Vénus sete vezes durante a missão, e em cada uma destas viagens há uma maior aproximação ao Sol.

Numa órbita tão próxima do Sol, o verdadeiro desafio é evitar a destruição da nave, referiu em comunicado a NASA, e Adam Szabo esclareceu: “A NASA planeava já há algumas décadas enviar uma missão para a coroa solar, no entanto, não tínhamos a tecnologia que protegesse uma nave espacial e seus instrumentos do calor”, mas “os recentes avanços na ciência de materiais deram-nos o material para moldar um escudo térmico da frente da nave, não apenas para suportar o calor extremo do Sol, mas para manter também a situação estável na parte de trás do escudo.”

O escudo de calor é feito de um material de espuma composta de carbono de 4,5 polegadas de espessura entre duas folhas de fibra de carbono. Enquanto a parte virada para o Sol a temperatura chega aos 2.500 graus Fahrenheit (1.371,111 graus Celcius), por trás do escudo a nave fica com uma temperatura de 85 graus Fahrenheit (29,444 graus Celcius).

“Vamos aonde nenhuma nave espacial ainda foi – dentro da coroa de uma estrela”, referiu o cientista Nicky Fox, e acrescentou: “Em cada órbita, veremos novas regiões da atmosfera do Sol para explorar e aprender sobre os mecanismos estelares.”

A missão à coroa solar é importante pois é onde o material solar é aquecido a milhões de graus e onde ocorrem os eventos mais extremos do Sol, como erupções solares e ejeções de massa coronal – acelerando as partículas a uma fração da velocidade da luz. As explosões criam eventos climáticos espaciais que podem atacar a Terra com partículas de alta energia, colocando em perigo os astronautas, interferindo nos satélites GPS e de comunicações e, na pior das hipóteses, interrompendo a rede elétrica.

Três meses depois do lançamento, a Sonda Solar Parker deverá alcançará sua primeira aproximação do Sol em novembro de 2018 e os dados devem chegar em dezembro. “Todos os nossos dados sobre a corona são muito poucos”, referiu Nicholeen Viall, físico solar da Goddard, citado pela NASA. “Fomos muito criativos para obter o máximo possível de dados, mas não há nada como colocar uma sonda na coroa para ver o que está a acontecer.”