Técnicas de cultivo melhoram flor de lachenalia

Flor de lachenalia cativa os consumidores devido à variedade de cores e para melhorar a produção e a comercialização da planta, cientistas recomendam novas técnicas de cultivo e o uso de flurprimidol.

Lachenalia
Lachenalia. Foto: Anna Kapczyńska

Para introduzir no mercado novas plantas com flor, os produtores precisam de estratégias de produção que garantam plantas saudáveis ​​durante o período de maior procura pelos consumidores.

Um novo estudo publicado na revista científica ‘HortTechnology’ indica novas práticas de produção para a lachenalia, uma planta ornamental que está a ganhar popularidade entre os consumidores.

As investigadoras Anna Kapczyńska e Małgorzata Malik, da University of Agriculture, em Cracóvia, na Polónia, autoras do estudo, consideram que o interesse dos consumidores pela lachenalia está a crescer devido à paleta de cores das flores e à singularidade das manchas das folhas.

“As lachenalias têm potencial para darem flores de corte extremamente atraentes, devido às variações de cor e à longevidade da flor”, referem as investigadoras.

No estudo as investigadores aplicaram o regulador de crescimento flurprimidol em dois tipos de lachenalia: a ‘Ronina’ e a ‘Rupert’. Para o efeito plantaram bolbos da planta em novembro, dezembro, janeiro e fevereiro. Em cada uma das plantações aplicaram flurprimidol, num caso embeberam os bolbos antes de serem plantados, noutro procederam a uma única pulverização foliar, mas em quatro concentrações diferentes do regulador de crescimento.

As investigadoras verificaram que os parâmetros de crescimento testados (exceto o número de folhas) foram influenciados pelo mês de plantação dos bolbos, as plantas mais curtas foram obtidas da plantação de bolbos mais tardia. A aplicação de flurprimidol e sua concentração afetou o comprimento e a largura das folhas bem como o número de dias para o florescimento.

Em comparação com as plantas de controlo (que não receberam flurprimidol), verificou-se que nas plantas com os bolbos embebidos em flurprimidol houve um atraso entre 3 a 5 dias no surgimento das flores e nas tratadas por pulverização o atraso foi entre 1 a 4 dias.

O tratamento com flurprimidol influenciou a altura e comprimento da haste da inflorescência no tipo ‘Rupert’: as folhas mais curtas e mais largas resultaram dos bolbos embebidos em flurprimidol.

O tratamento com flurprimidol reduziu o comprimento das primeiras e segundas folhas em 18% e 17% no tipo ‘Ronina’, e 23% em ambas as folhas no tipo ‘Rupert’, e aumentou em 13% e 15% a largura das folhas, respetivamente nas primeiras e segundas folhas no tipo ‘Ronina’, e em 17 % e 20% no tipo ‘Rupert’.

Da análise dos resultados as investigadores “sugerem que os bolbos sejam embebidos em flurprimidol para melhorar a aparência da planta e melhorar a comercialização”. As investigadores concluíram, também, que a duração do dia influência grandemente o crescimento e a floração das plantas lachenalia, e assim, os “produtores devem considerar uma iluminação suplementar durante o cultivo no período de outono-inverno”.