União Europeia tenta na CITES CoP17 salvar espécies em risco

Na CITES CoP17, em Joanesburgo, a União Europeia defende medidas firmes e eficazes contra o tráfico de espécies selvagens que ameaça a sobrevivência de certas espécies e gera corrupção.

União Europeia tenta na CITES CoP17 salvar espécies em risco
União Europeia tenta na CITES CoP17 salvar espécies em risco

União Europeia (UE) propõe medidas concretas para proteger as espécies mais vulneráveis do planeta, na 17.ª Conferência das Partes na Convenção das Nações Unidas sobre o Comércio das Espécies Ameaçadas de Extinção (CITES CoP17), em Joanesburgo, na África do Sul, onde estão representantes de mais de 182 países.

Como membro da CITES desde 2015, é a primeira vez que a UE assume lugar na conferência das Partes. Nessa qualidade, propõe a adoção de medidas internacionais mais rigorosas contra o tráfico de espécies selvagens, em consonância com o plano de ação da UE sobre o mesmo tema, além de apoiar de forma firme a manutenção da proibição do comércio de marfim.

Para combater o comércio ilegal de espécies selvagens, a União Europeia aprovou um plano de ação global contra o tráfico de espécies selvagens, que será aplicado conjuntamente pelas instituições da UE e pelos Estados-Membros até 2020.

A Comissão Europeia e os 28 Estados-Membros da UE assumem, em Joanesburgo, uma mesma posição sobre o tráfico de espécies selvagens e a corrupção associada, bem como a adoção de normas internacionais sobre o comércio de troféus de caça, garantindo que o comércio só pode realizar-se se for legal e sustentável.

Os representantes europeus propõem que a CITES, que já abrange 36 mil plantas e animais, inclua também outras espécies marinhas (tubarões), madeira (palissandro) e animais de companhia exóticos (répteis) e melhore as condições de muitos outros (papagaios e mamíferos), uma vez que estas espécies são objeto de um comércio internacional ilegal ou insustentável.

A UE pretende a manutenção da proibição do comércio internacional de marfim e a adoção de medidas firmes contra o tráfico de marfim, bem como contra o tráfico que afeta rinocerontes, tigres, grandes símios, pangolins ou a madeira de palissandro.

O Comissário Karmenu Vella, responsável pelo Ambiente, Assuntos Marítimos e Pescas, referiu, citado em comunicado da CE, que “a UE tem orgulho em ser líder mundial na luta contra o tráfico de espécies selvagens”, e acrescentou que a UE vai “endurecer ainda mais a luta contra o tráfico de espécies selvagens e a corrupção que a alimenta”, e que é objetivo “construir uma aliança mundial entre os países para proteger as espécies selvagens onde quer que vivam”, bloqueando “os pontos de trânsito e acabar com a procura clandestina”.

“O tráfico de espécies selvagens constitui a 4ª maior das redes criminosas internacionais e nos últimos anos tem-se assistido a um aumento dramático no tráfico de espécies selvagens”, indica a Comissão Europeia, e esclarece ainda que “cerca de 8 a 20 mil milhões de euros passam anualmente pelas mãos de grupos criminosos organizados, situando estas atividades ao mesmo nível do tráfico de drogas, pessoas e armas”.

O tráfico de espécies selvagens “ameaça não só a sobrevivência de certas espécies emblemáticas como gera corrupção, financia grupos de milícias, faz vítimas humanas e priva as comunidades mais pobres do rendimento de que tanto necessitam”.

Para a União Europeia a “Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Selvagens da Fauna e da Flora Ameaçadas de Extinção (CITES) é um importante instrumento de controlo do tráfico, na medida em que pode tomar medidas juridicamente vinculativas e chegar a acordo sobre sanções contra os países que não respeitam os seus compromissos”.