Ursula von der Leyen é a nova presidente da Comissão Europeia

Ursula von der Leyen acaba de ser eleita, pelo Parlamento Europeu, para presidente da Comissão Europeia, com 383 votos a favor, 327 votos contra, 22 abstenções e 1 voto nulo.

Ursula von der Leyen eleita presidente Comissão Europeia
Ursula von der Leyen eleita presidente Comissão Europeia. Foto: © União Europeia

Ursula von der Leyen, dirigiu-se hoje ao Parlamento Europeu, ainda como candidata a Presidente da Comissão Europeia para defender a luta contra as alterações climáticas, a igualdade de género, maior solidariedade no asilo e aos refugiados, mais Erasmus+, uma União Europeia de Defesa e uma União dos Mercados de Capitais.

Alterações climáticas

Que a Europa se torne o primeiro continente neutro em relação ao clima, até 2050, mas para que isso aconteça é preciso dar em conjunto passos corajosos, defendeu Ursula von der Leyen. O objetivo “atual de reduzir nossas emissões em 40% até 2030 não é suficiente”, e por isso “é necessária uma abordagem em duas etapas para reduzir as emissões de CO2 até 2030, em 50, ou mesmo em 55%”.

“A União Europeia vai liderar as negociações internacionais para aumentar o nível de ambição de outras grandes economias, até 2021. Porque para alcançar um impacto real, não temos apenas de ser ambiciosos em casa – temos de o fazer, sim – mas o mundo tem de se mover em conjunto”, referiu Ursula von der Leyen.

Para atingir os objetivos Ursula von der Leyen indicou que pretende apresentar um Green Deal para a Europa nos primeiros 100 dias como presidente da Comissão Europeia, e esclareceu: “Apresentarei a primeira lei europeia sobre o clima, que irá transformar a meta de 2050 em lei”, bem como “um Plano de Investimento numa Europa Sustentável e transformar parte do Banco Europeu de Investimento num Banco Climático”, o que irá permitir desbloquear um bilião de euros de investimento na próxima década.

União dos Mercados de Capitais

Ursula von der Leyen defendeu que se a Europa quiser ter sucesso é precisamos ter uma economia forte, e a espinha dorsal da economia são as Pequenas e Médias Empresas (PME). As PME “são inovadoras, são empreendedoras, são flexíveis e ágeis, criam empregos, e fornecem treino vocacional aos jovens”, mas para isso é preciso acesso a capital em parte do mercado único. E afirmou: “Vamos livrar-nos de todas as barreiras. Vamos abrir a porta. Vamos finalmente concluir a União dos Mercados de Capitais. As nossas PME merecem isso”.

Triplicar o Erasmus+

Para os que perdem o emprego deve haver uma melhor proteção, pelo que Ursula von der Leyen defendeu um Plano de Resseguro de Subsídio de Desemprego da Europa para apoiar as economias europeias e as pessoas quando houver choques externos. “É claro que existem seguros nacionais de desemprego, mas é necessário um esquema de resseguro para quando houver grandes choques externos na Europa”.

Ursula von der Leyen defendeu mais igualdade e justiça para os jovens, e referiu: “O desemprego juvenil é de 14,2% na Europa, mas varia de 5% a 40% em alguns países. Nós não podemos aceitar isso. Os jovens têm aspirações, querem trabalhar, querem ter um futuro” e “irei apoiar a ideia do Parlamento Europeu de triplicar o orçamento Erasmus + como parte do próximo orçamento de longo prazo”.

Igualdade de género e violência contra as mulheres

“Assegurarei a plena igualdade de género no meu Colégio de Comissários. Se os Estados-Membros não propuserem Comissárias femininas suficientes, não hesitarei em pedir novos nomes. Desde 1958, houve 183 comissários. Apenas 35 eram mulheres. Isso é menos que 20%”, referiu Ursula von der Leyen.

As mulheres representam metade da população europeia, lembrou a candidata a presidente da Comissão, e acrescentou: “Se uma em cada cinco mulheres já sofreu violência física ou sexual na União Europeia e 55% das mulheres foram assediadas sexualmente, isto não é claramente uma questão feminina”, e por isso, “vou propor a inclusão da violência contra as mulheres na lista de crimes da UE definidos no Tratado”.

Asilados e refugiados

Nos últimos cinco anos, mais de 17 mil pessoas afogaram-se no Mediterrâneo, tendo-se tornado uma das fronteiras mais mortais do mundo, lembrou Ursula von der Leyen, e acrescentou: “Temos de reduzir a migração irregular, devemos lutar contra os contrabandistas e traficantes – o crime organizado -, devemos preservar o direito de asilo e melhorar a situação dos refugiados, por exemplo, através de corredores humanitários em estreita cooperação com o ACNUR”.

“Vou propor um novo pacto sobre migração e asilo, incluindo o relançamento da reforma de Dublin”. Por outro lado “uma peça central nesta ambição é uma Agência Europeia da Guarda Costeira e de Fronteiras reforçada” pelo que defende que a Frontex disponha de um corpo permanente de 10.000 guardas de fronteira em 2024.

União Europeia de Defesa

“A pedra angular da nossa defesa coletiva será sempre a OTAN. Vamos ficar transatlânticos e temos que nos tornar mais europeus. É por isso que criamos a União Europeia de Defesa” afirmou Ursula von der Leyen. O nosso trabalho para a nossa União Europeia de segurança e defesa está incorporado em segurança abrangente. Estabilização sempre vem com diplomacia, reconciliação e reconstrução.