Exergames para prevenir quedas

Exergames são a base de um programa de prevenção de quedas destinado aos mais idosos. O programa envolve também danças tradicionais e Tai Chi, e está a ser desenvolvido com a participação do centro de investigação Fraunhofer Portugal AICOS.

Active@Home
Active@Home. Infografia: © Fraunhofer Portugal

As quedas têm muitas vezes consequências que afetam a qualidade de vida da população, especialmente a mais idosa. Para prevenir as quedas um consórcio internacional de institutos e laboratórios de investigação de países europeus estão a desenvolver o projeto Active@Home.

O projeto assenta em exergames, dança e Tai Chi, fazendo uma abordagem holística para aumentar a atividade física da população idosa, motivando-a para os exergames ou jogos de vídeo que usam o exercício físico com um determinados objetivo.

A proposta tecnológica Active@Home “foca-se na condição física, cognitiva e social da população, e pretende incrementar a preparação física para diminuir o risco de queda dos seus utilizadores”, indica nota do Fraunhofer Portugal.

Na população idosa as quedas são um dos problemas mais comuns relacionados com a saúde e “representam mais de 50% das hospitalizações por lesões. São também consideradas uma das principais causas para a institucionalização e perda de independência”.

Ao recorrer ao Active@Home o utilizador pode escolher qual o tipo de exercício que pretende executar: “jogos com sequências de exercícios físicos específicos, exercícios de dança baseados em danças tradicionais de diferentes países europeus ou treinos de Tai Chi”.

O centro Fraunhofer Portugal refere que “estes exercícios serão importantes para fortalecer a qualidade da marcha, o equilíbrio e a coordenação do utilizador, evitando lesões e preservando a sua integridade física”.

O projeto Active@Home irá utilizar “telas de grande dimensão, com destaque para os ecrãs de televisão, e os exercícios serão monitorizados com sensores de movimento. O foco especial nos sensores inerciais irá promover a utilização e desenvolvimento dos próprios sensores do AICOS, os Pandlets, usados como pulseiras”.

A monitorização dos exercícios com recurso a sensores poderá ser feita por profissionais de saúde que remotamente podem acompanhar a evolução do doente. O acompanhamento pode ter por base um conjunto de métricas extraídas dos exercícios que podem dar indicações para intervenções terapêuticas.

A solução tecnológica do Active@Home irá levar ao desenvolvimento de “um programa de exercícios que inclui aspetos motivacionais, um design audaz, lembretes automatizados, e com a oportunidade de dar feedback sobre os exercícios realizados pelo utilizador a supervisores capacitados”.

Active@Home
Active@Home. Infografia: Fraunhofer Portugal

Mas os investigadores pretendem introduzir na solução uma componente sociocultural que possibilite “a interação entre diferentes jogadores e a organização de eventos entre a comunidade”.

Na componente sociocultural, as danças tradicionais desempenham um papel importante, “já que a dança é tipicamente uma atividade social e a população idosa está geralmente desperta e interessada ​​em tradições e costumes”.

Os investigadores consideram que com a componente sociocultural é estimulado “o sentido de conexão social, contribuindo não só para manter uma vida social saudável, evitando o isolamento e a depressão, mas também para reforçar o papel da comunidade como uma rede de apoio”.

O projeto é financiado pelo Programa AAL e pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e envolve, para além do Fraunhofer Portugal AICOS, a Comfort Keepers (Portugal), a Unie KBO (Países Baixos), a ETH Zurich, a MIRALab SARL e a empresa Dividat (Suiça).