UE mais atrativa para investigadores e estudantes estrangeiros

Diretiva, vai ser votada no Parlamento Europeu (PE), sobre entrada e residência de investigadores e estudantes estrangeiros na União Europeia (UE). Estes vão poder permanecer na UE, para além do período da investigação ou dos estudos, para trabalhar ou mesmo criar uma empresa.

Mobilidade de investigadores e estudantes
Investigação, Foto: Steffi Loos, © CE

Com a nova diretiva a UE pretende criar condições para atrair cidadãos de países terceiros, para desenvolver investigação, estudos, formação ou atividades de voluntariado no Serviço Voluntário Europeu, em qualquer Estado-Membro. Desta forma pretende aumentar a competitividade na corrida mundial pela captação de talentos.

Cada um dos Estados-Membros pode, de acordo com a diretiva, aplicar idênticas regras de mobilidade ao intercâmbio de estudantes, projetos educativos, outras atividades de voluntariado ou colocação ‘au pair’, indica comunicado do Parlamento Europeu (PE).

A diretiva estabelece disposições que vão dar a possibilidade aos investigadores e aos estudantes do ensino superior, após concluírem a investigação ou os estudos, poderem permanecer no Estado-Membro, por mais um período de pelo menos nove meses, para procurarem emprego ou para criarem uma empresa.

Os investigadores e estudantes estrangeiros irão, também, de acordo com as disposições da nova diretiva, poder mover-se dentro do espaço da UE, de modo a facilitar a realização de parte da investigação ou dos estudos noutro Estado-Membro (devendo o segundo país ser notificado dessa intenção), e sobre o direito de os membros da família acompanharem os investigadores.

A atual situação na Europa, no que diz respeito à investigação, pode ser traduzida pela comparação entre investimentos anuais com outras partes do mundo, ou seja, anualmente a União Europeia investe menos 0,8% do PIB do que os Estados Unidos e menos 1,5% do que o Japão com investigação e desenvolvimento (I&D). “Muitos dos melhores investigadores mudaram para países onde as condições lhes são mais favoráveis”, refere comunicado do PE.

Para Cecilia Wikström, eurodeputada e relatora da comissão parlamentar das Liberdades Cívicas do PE, “há outras partes do mundo que são muito mais bem-sucedidas quando se trata de atrair mão de obra qualificada”. Na UE “a burocracia complicada e o ceticismo relativamente aos imigrantes afastam as pessoas”.

A eurodeputada está convencida de que “uma boa gestão da imigração poderia fazer face aos problemas relacionados com o envelhecimento da população e a falta de mão-de-obra qualificada em muitos setores”.

Com uma política de migração proactiva por parte da UE, Cecilia Wikström considera que a Europa “podia resolver as carências do mercado de trabalho em algumas zonas” e acrescenta que “a imigração pode contribuir igualmente para o empreendedorismo, a diversidade e a inovação”, na UE.