“Alho da Graciosa”: Indicação Geográfica Protegida aprovada pela Comissão Europeia

Com componentes químicas, onde se relevam as caraterísticas conservantes dos alimentos, o “Alho da Graciosa” foi aprovado pela Comissão Europeia como produto com Indicação Geográfica Protegida, da União Europeia.

“Alho da Graciosa”: Indicação Geográfica Protegida aprovada pela Comissão Europeia
“Alho da Graciosa”: Indicação Geográfica Protegida aprovada pela Comissão Europeia. Foto: © Rosa Pinto

A Comissão Europeia aprovou a entrada do “Alho da Graciosa” para a lista das Indicações Geográficas Protegidas (IGP) da União Europeia. O número de produtos portugueses protegidos pelos diferentes regimes de qualidade da União Europeia é agora de 228.

O “Alho da Graciosa” é o alho cultivado na ilha de Graciosa, nos Açores. Um alho que é apresentado sob a forma de bolbos, no estado seco, de forma individual ou em réstias. Cada alho tem um diâmetro de, pelo menos, 3 cm.

Este alho dos Açores possui um aroma de intensidade média/baixa e sabor intenso, muito agradável e com pouca persistência, devido não só às condições edafoclimáticas da ilha Graciosa, mas também aos cuidados prestados pelos produtores ao longo dos anos. Da composição química, destacam-se valores elevados de zinco (superiores a 7 mg/kg), ferro (superiores a 8 mg/kg); magnésio (superiores a 170 mg/kg) e alicina (superiores a 3.500 mg/kg). Estas componentes químicas conferem ao “Alho da Graciosa” características conservantes dos alimentos.

A aprovação pela Comissão Europeia como IGP é “devida às suas qualidades” que levam os visitantes a procurar “com frequência especialidades gastronómicas que incluam o “Alho da Graciosa” no seu tempero e confeção, como a famosa “Molhanga” para acompanhar peixe fresco, o “Molho à Pescador”, a típica “Linguiça da Graciosa” e “Lapas grelhadas”.

Trata-se de “um produto muito apreciado e usado por conceituados chefes de cozinha, não só devido ao seu sabor e aroma inconfundíveis, mas também às suas reconhecidas características como conservante alimentar, decorrentes da sua elevada concentração em alicina”.

Em comunicado a Comissão Europeia refere que a ilha da Graciosa foi sempre conhecida como a “Terra do Alho”. Um produto representado no brasão da freguesia de São Mateus. O alho implementou-se com sucesso na ilha desde a chegada dos primeiros povoadores no início do século XV, devido às condições propícias ao seu cultivo. De geração em geração, o alho típico da Graciosa tem sido melhorado, pois os produtores selecionam para propagação os melhores exemplares.

A aprovação da nova denominação é agora aditada à lista de 1566 produtos já protegidos na base de dados eAmbrosia da Comissão Europeia, que conta com um total de 228 produtos portugueses, entre os quais 139 produtos agrícolas e géneros alimentícios.