Cancro Oral: Especialistas alertam para diagnóstico precoce

Cancro oral ocupa o sétimo lugar na incidência anual de cancros em Portugal. O diagnóstico precoce pode levar à sobrevivência em 90% dos casos. Médicos dentistas e especialistas de Cancro de Cabeça e Pescoço alertam para cuidados de saúde primários.

Cancro Oral: Especialistas alertam para diagnóstico precoce
Cancro Oral: Especialistas alertam para diagnóstico precoce. Foto: DR

A Ordem dos Médicos Dentistas e o Grupo de Estudos de Cancro de Cabeça e Pescoço (GECCP), no âmbito do Dia Mundial da Luta Contra o Cancro, alertam para a importância da articulação entre os cuidados de saúde primários e a deteção de lesões precoces que permitam reduzir a taxa de mortalidade por cancro oral.

Portugal tem uma das taxas de incidência e mortalidade mais elevadas a nível europeu, com 15 casos de cancro oral novos por cada 100.000 habitantes. Os especialistas indicam, no entanto, que quando há um diagnóstico precoce e um tratamento imediato e adequado a taxa de sucesso sobrevida é elevada.

Os especialistas indicam que os fatores de risco associados ao aparecimento do cancro oral são, “para além do tabaco, álcool e mais recentemente o Vírus do Papiloma Humano (VPH), são também as próteses dentárias pois podem provocar um traumatismo crónico na boca por ficarem mal adaptadas.”

Os médicos dentistas, pelo contacto regular com os seus pacientes, são os técnicos de saúde que se encontram numa posição privilegiada para contribuir no rastreio precoce, na prevenção do cancro oral e no encaminhamento do doente que possa estar em risco.

Jaime Alberich Mota, da Direção da Ordem dos Médicos Dentistas indicou que “a população portuguesa precisa de estar mais desperta para a importância dos cuidados de saúde oral e das visitas regulares ao médico dentista”, e acrescentou: “Acreditamos que ao melhorar o acesso dos portugueses às consultas de medicina dentária assim como a melhoria dos hábitos de higiene oral, serão fundamentais para diminuir o número de mortes por cancro da cavidade oral ou de cabeça e pescoço”.

Para Ana Castro Presidente do GECCP “é fundamental diminuir o tempo de espera do doente entre a deteção dos sinais e sintomas, o diagnóstico e os cuidados de saúde primários. Este é um fator crucial e prioritário para aumentar as taxas de sobrevivência e consequentemente diminuir o número de mortes em Portugal com este cancro.”