Consumo de café é associado a menor risco de morte

Estudo de investigação realizado durante 10 anos confirma que maior consumo de café diminui risco de morte. Cientistas verificaram, em Espanha, que consumo de quadro chávenas de café diminuiu em 64% o risco de morte.

Chávena de café
Chávena de café. Foto: © TVEuropa

O consumo mais elevado de café está associado a um menor risco de morte. Esta é a conclusão de estudo de investigação apresentado hoje no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia, em Barcelona.

“O café é uma das bebidas mais consumidas em todo o mundo”, referiu Adela Navarro, cardiologista do Hospital de Navarra, em Pamplona, ​​Espanha. Diversos estudos têm vindo a concluir que “beber café pode estar inversamente associado à mortalidade”, mas até agora a questão não tinha sido investigada num país mediterrânico”.

O estudo realizado na Universidade de Navarra examinou a associação entre o consumo de café e o risco de mortalidade numa coorte, (grupo de pessoas com caraterísticas para estudo de investigação), mediterrânica de meia-idade. O estudo foi realizado no âmbito do Projeto ‘Seguimiento Universidad de Navarra’ (SUN), um estudo de coorte prospetivo de longo prazo, iniciado em 1999 e que envolveu mais de 22.500 universitários espanhóis.

O estudo inclui a análise de 19.896 participantes do Projeto SUN, com idade média de 37,7 anos. No início do estudo, os participantes preencheram um questionário semi-quantitativo sobre frequência alimentar, o questionário foi previamente validado para recolher informações sobre consumo de café, estilo de vida e características sociodemográficas, medidas antropométricas e condições anteriores de saúde.

De acordo com comunicado da Sociedade Europeia de Cardiologia, os participantes foram acompanhados durante dez anos, em média. A informação sobre mortalidade dos participantes do estudo foi obtida através das suas famílias, autoridades e pelo Índice Nacional de Mortes. Os investigadores usaram no estudo os modelos de regressão de Cox para estimar os índices de risco e os intervalos de confiança de 95% para a mortalidade, por incidência de acordo com o consumo total de café ajustado para potenciais fatores de falta de rigor.

O estudo indica que durante o período de dez anos morreram 337 participantes, e que os investigadores verificaram que os participantes que consumiram pelo menos quatro chávenas de café por dia tiveram 64% menor risco de mortalidade em comparação com os que nunca ou quase nunca consumiram café. Nos participantes que consumiram por dia duas chávenas de café verificaram que o risco de mortalidade foi de menos 22%.

Os investigadores examinaram se o sexo, a idade ou a adesão à dieta mediterrânea tinham alguma influência entre o consumo de café e a mortalidade, e verificaram haver uma interação significativa entre o consumo de café e a idade. Os participantes com pelo menos 45 anos de idade, que consumiram duas chávenas de café por dia tiveram um risco de mortalidade 30% menor. A associação não foi significativa entre os participantes mais jovens.

“No projeto SUN, encontramos uma associação inversa entre o consumo de café e o risco de mortalidade, independentemente das causas da morte, especialmente em pessoas com idade igual ou superior a 45 anos. Isso pode ser devido a uma associação de proteção mais forte entre os participantes mais velhos”, referiu Adela Navarro.

A investigadora concluiu que os “resultados sugerem que beber quatro chávenas de café por dia pode ser parte de uma dieta saudável em pessoas saudáveis”.