Dias de vento diminuem risco de contrair COVID-19

Dias com maiores velocidades de vento diminuem em 45% a possibilidade das pessoas, no exterior, contraírem a COVID-19. O estudo de investigação concluiu que ar viciado, por falta de ventilação, aumenta risco de propagação do coronavírus.

Dias de vento diminuem risco de contrair COVID-19
Dias de vento diminuem risco de contrair COVID-19, Investigador Sean Clouston. Foto: Stony Brook University

O outono e o inverno não são das estações do ano as mais indicadas para uma ida à praia ou para um piquenique no campo, mas as pessoas continuam a trabalhar e a conviver no exterior. Qualquer que seja o locar um agrupamento de pessoas é sempre um motivo de preocupação devido à possibilidade de transmissão do coronavírus SARS-CoV-2. Uma preocupação que aumenta devido às novas variantes, nomeadamente a Ómicron.

Mas um novo estudo indica que quando existe vento forte a probabilidade de contrair uma infeção COVID-19 é 45% menor do que quando o vento é de baixa velocidade. O estudo conclui que o ar viciado está associado a uma maior incidência de contração de Covid-19.

O estudo já publicado na BMC Infectious Diseases foi liderado por Sean Clouston, Professor Associado do Programa de Saúde Pública e do Departamento de Família, População e Medicina Preventiva da Renaissance School of Medicine da Stony Brook University.

Os resultados do estudo são baseados na incidência de COVID-19 na região de Suffolk, Nova Iorque, EUA, de 16 de março de 2020 a 31 de dezembro de 2020, a partir de dados de saúde pública de mais de 96.000 casos. Os investigadores usaram esses dados em combinação com relatórios diários dos Serviços Nacionais de Meteorologia sobre a velocidade média do vento e as temperaturas máximas diárias da região.

“O problema real é sobre o aumento do perigo de propagação de infeções na presença de ar viciado, em oposição a ambientes internos e externos”, explicou Sean Clouston. “As descobertas indicam que estamos todos mais seguros quando o fluxo de ar é mais significativo.”

Sean Clouston e os seus colegas investigadores desenvolveram um programa de modelagem estatística que determinou, a partir de dados de saúde pública e relatórios meteorológicos, que dias mais quentes com pouco vento, quando as pessoas socializavam no exterior, resultavam numa transmissão significativamente maior de COVID-19.

Uma análise geral revelou que os dias com temperaturas a variando de 16 a 28 º C, onde a velocidade do vento era inferior a 8,85 quilómetros por hora, aumentou significativamente a incidência da COVID-19 em comparação com dias semelhantes com uma velocidade média do vento superior a 8,85 quilómetros por hora.