Dieta rica em proteína aumenta a vida de pacientes com insuficiência cardíaca

Pacientes com insuficiência cardíaca que consomem mais proteína vivem mais. A conclusão é de um estudo de investigação apresentado na ‘Heart Failure 2018’ e no Congresso Mundial sobre Insuficiência Cardíaca Aguda, da Sociedade Europeia de Cardiologia.

Dieta rica em proteínas aumenta a vida de pacientes com insuficiência cardíaca
Dieta rica em proteínas aumenta a vida de pacientes com insuficiência cardíaca. Foto: DR

Os adultos idosos precisam manter massa muscular para garantir uma melhor saúde, no entanto, a maioria das pessoas perde massa muscular à medida que envelhece. Nos adultos idosos uma dieta com proteína é menos eficiente na criação de massa muscular.

Os adultos mais velhos ingerem normalmente menos proteínas do que os adultos mais jovens, apesar de estudos sobre a população mostrarem que em geral comem mais.

Pouco se sabe sobre o impacto da ingestão de baixos níveis de proteína versus ingestão de altos níveis de proteína, em pacientes com insuficiência cardíaca. A insuficiência cardíaca é uma condição que aumenta com a idade, pois é conhecido que cerca de uma em cada dez pessoas, com 70 anos, apresenta insuficiência cardíaca.

A insuficiência cardíaca é uma condição médica séria, em que o coração não bombeia o sangue pelo corpo tão bem quanto deveria. Isso significa que o sangue não fornece oxigénio e nutrientes suficientes ao corpo para permitir que funcione normalmente.

Um novo estudo investigou a associação entre a ingestão de proteínas e o tempo de vida em 2.281 pacientes com insuficiência cardíaca, que fazem parte do estudo BIOSTAT-CHF realizado em 11 países da Europa. A idade média dos pacientes envolvidos na análise foi de 68 anos e 27% eram do sexo feminino. A ingestão diária de proteína foi estimada a partir da excreção de ureia na urina, corrigida para creatinina na urina e índice de massa corporal (IMC) usando uma fórmula devidamente validada. Os pacientes foram divididos em quatro grupos de acordo com a quantidade de proteína consumida e, em seguida avaliada a associação com a mortalidade.

A média da ingestão de proteína foi de 53 gramas por dia, variando de 40 gramas no quartil mais baixo a 70 gramas no mais alto. No fim de período médio de acompanhamento de 21 meses, 31% dos pacientes no quartil mais baixo de ingestão proteica tinham morrido em comparação com 18% dos pacientes no quartil mais alto de ingestão proteica.

Após o ajuste para múltiplos fatores, incluindo idade e função renal, os pacientes no quartil mais baixo de ingestão de proteína tiveram 46% mais risco de morte do que aqueles no quartil mais alto de ingestão de proteína.

Koen Streng, autor do estudo e doutorando do Centro Médico da Universidade de Groningen, na Holanda, afirmou: “Observámos que em doentes com insuficiência cardíaca, uma maior ingestão de proteínas está independentemente associada a uma melhor sobrevivência. O estudo não analisou as causas dessa ligação, mas é provável que a proteína dietética construa massa muscular benéfica para a saúde nesses pacientes”.

“É necessário um ensaio clínico aleatório para determinar uma quantidade recomendada de ingestão diária de proteínas por pacientes com insuficiência cardíaca”, concluiu o investigador.