“Feira dos Santos de Cerdal” de Valença é Património Cultural Imaterial

Direção-Geral do Património Cultural inscreve a “Feira dos Santos de Cerdal” de Valença, no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial. Uma feira que remonta ao século XVII e que espelha história, tradição, congrega saberes, tradições e rituais.

“Feira dos Santos de Cerdal”, de Valença, é Património Cultural Imaterial
“Feira dos Santos de Cerdal”, de Valença, é Património Cultural Imaterial

O evento “Feira dos Santos de Cerdal” foi inscrito no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial (INPCI). A inscrição teve em conta investigações da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), que indica que o evento que se realiza anualmente em Valença, no Minho, remonta ao século XVII.

A “Feira dos Santos de Cerdal” apresenta-se “como uma festividade cujas práticas sociais, rituais e eventos associados refletem as históricas relações luso-galaicas características do Alto Minho raiano, englobando um amplo conjunto de costumes e tradições com impacto direto e indireto na comunidade local e na região onde se insere, de ambos lados da fronteira”, descreve a DGPC.

Atualmente o evento desenrola-se no Terreiro de São Bento, em Cerdal, Valença, no dia 1 de novembro, estendendo-se pelo dia seguinte, altura em que a Igreja Católica celebra a “Festa de Todos os Santos” e o “Dia de Fiéis Defuntos”, descreve a DGPC. “Com raízes que se perdem no tempo, surge como manifestação já devidamente consolidada em meados do século XVIII, embora se possa apontar para uma génese mais recuada, relacionada com uma provisão do rei Filipe IV de Espanha em favor do Mosteiro de Ganfei, no século anterior”.

A feira secular, ‘a mãe de todas as feiras’, é um verdadeiro ex-libris do Noroeste Peninsular, com mais de 400 tendas onde se vende de tudo, descreve a Câmara Municipal de Valença, e acrescenta que se trata do “principal evento de outono da Galiza-Norte de Portugal. Trata-se de uma feira que espelha séculos de história e tradição, congregando saberes, tradições e rituais que se mantêm bem vivos”.

O Presidente da Câmara Municipal de Valença, José Manuel Carpinteira, refere que “pelo seu legado histórico e pelo valor social, cultural e económico que tem para Valença e para toda a região transfronteiriça, esta feira merece o reconhecimento agora dado pela Direção Geral do Património Cultural, incluindo-a no inventário nacional do Património Cultural Imaterial. A “Feira dos Santos de Cerdal” é um símbolo das tradições, dos saberes, e da identidade local, sendo um motivo de orgulho para Valença, para Cerdal, e para os Valencianos e Cerdalenses, esta recente notícia da sua classificação enquanto Património Cultural Imaterial”.

A DGPC descreve que “nesta feira, sem programação festiva, portugueses e espanhóis encontram toda uma diversidade de artigos, sendo os “Pericos dos Santos” o produto de excelência, e o Cavalo Garrano (uma das três raças equinas nacionais) um elemento de destaque”.