Investigação em defesa tem apoio financeiro da Comissão Europeia

Portugal está envolvido nos quatro projetos de investigação e desenvolvimento de meios militares que foram apresentados pela Comissão Europeia, e que vão ter apoio do Fundo Europeu de Defesa. A Marinha portuguesa, o CITEVE a tecnológica GMV, estão entre os parceiros.

Investigação em defesa tem apoio financeiro da Comissão Europeia
Investigação em defesa tem apoio financeiro da Comissão Europeia. Foto: Rosa Pinto

O Fundo Europeu de Defesa vai apoiar novos projetos de investigação pan-europeus. O objetivo da Comissão Europeia é criar uma indústria europeia da defesa forte, reforçando a capacidade de defesa e criando novas parcerias transfronteiras na União Europeia.

Elżbieta Bieńkowska, Comissária responsável pelo Mercado Interno, Indústria, Empreendedorismo e PME, referiu: “O Fundo Europeu de Defesa é essencial para aumentar a cooperação entre as empresas do setor da defesa e as Forças Armadas na União Europeia, bem como para assegurar a autonomia estratégica da Europa.”

A Comissária acrescentou ainda que “os projetos de investigação colaborativos no domínio da defesa a nível pan-europeu apoiados pelo Fundo têm como objetivo assegurar a liderança tecnológica da Europa, e lançar as bases para futuras capacidades de defesa e apoiar uma indústria europeia de defesa mais inovadora e competitiva.”

Os projetos apresentados pela Comissão Europeia e que vão ter apoio do Fundo Europeu de Defesa incluem:

O projeto ‘Ocean2020’ tem como objetivo apoiar a vigilância marítima e as missões de interdição no mar, integrando veículos aéreos e submarinos não tripulados em operações navais. As informações obtidas pelos novos sistemas são combinadas com as dos atuais sistemas convencionais “para que os comandantes militares disponham de uma imagem completa do evoluir das situações.”

O projeto ‘Ocean2020’ é gerido por um consórcio liderado pela empresa Leonardo S.p.A, que reúne 42 parceiros de 15 países da União Europeia, entre os diversos parceiros encontra-se a Marinha portuguesa. O projeto vai receber um apoio de cerca de 35 milhões de euros. Em 2019, o projeto vai testar as tecnologias dois exercícios em condições reais, um nos Países Bálticos, liderado pela marinha sueca, e outro no Mediterrâneo, liderado pela marinha italiana.

O projeto ‘ACAMSII’ vai desenvolver camuflagem adaptativa para os soldados para os proteger dos sensores que operam em várias gamas de comprimentos de onda. Neste projeto estão envolvidos parceiros de França, Alemanha, Lituânia, Países Baixos, Portugal e Suécia.

As empresas participantes pertencem ao setor têxtil, à indústria aeroespacial e ao setor dos integradores de sistemas de defesa, e incluem o CITEVE, Damel e Safran, bem como os centros de investigação: Totalförsvarets forskningsinstitut (FOI), da Suécia, Fraunhofer e Nederlandse Organisatie voor Toegepast Natuurwetenschappelijk Onderzoek (TNO).

O projeto ‘GOSSRA’ tem por objetivo garantir que os elementos dos sistemas complexos usados por soldados funcionam bem em conjunto. Os soldados estão equipados com uma gama de dispositivos que têm de funcionar em conjunto. O projeto vai criar uma metodologia para especificar o modo como os componentes se interligam e, assim, facilitar o desenvolvimento de novos dispositivos compatíveis com o equipamento existente.

Este projeto envolve parceiros da Alemanha, Itália, Países Baixos, Polónia, Portugal, Espanha e Suécia, e incluiu empresas como: Rheinmetall, Indra, GMV Aerospace and Defence, Leonardo, Larimart e Saab; as PME Tekever e iTTi; e o instituto de investigação Nederlandse Organisatie voor Toegepast Onderzoek Natuurwetenschappelijk (TNO).

O projeto ‘Vestlife’ vai criar vestuário de proteção para soldados que seja eficaz para efeitos de defesa, mas, ao mesmo tempo, mais simples, flexível e confortável. Estão envolvidos parceiros de Finlândia, Itália, Países Baixos, Portugal e Espanha, juntamente com as empresas CITEVE e FY-composites e os institutos de investigação AITEX e TECNALIA. Participam ainda no projeto duas PME a BRAPA e a Petroceramics.

A Comissão indicou que o apoio do Fundo Europeu de Defesa a estes três últimos projetos é de 1 a 3 milhões de euros a cada um, e que os contratos de financiamento vão ser assinados nos próximos dias.

A Comissão indicou ainda que irá adotar em breve o programa de trabalho da investigação no domínio da defesa para 2018 e vai solicitar à Agência Europeia de Defesa que lance convites para apresentação de propostas de investigação, nas áreas tecnologias de conceção eletrónica para aplicações de defesa e num efetor laser europeu de alta potência.