Mundial na Rússia leva PE a pedir libertação de presos políticos ucranianos

Campeonato do Mundo de Futebol na Rússia leva Parlamento Europeu a pretender declaração da União Europeia sobre violações dos direitos humanos na Rússia, e a apelar à libertação do cineasta ucraniano Oleg Sentsov e de outros ucranianos detidos.

Edifício do Parlamento Europeu em Estrasburgo
Edifício do Parlamento Europeu em Estrasburgo. Foto: Rosa Pinto

O Parlamento Europeu (PE) pediu, hoje, dia 14 de junho, que a União Europeia (UE) emita uma declaração em que condene as violações dos direitos humanos na Rússia e as tentativas de as encobrir através da realização do Campeonato do Mundo de Futebol da FIFA, que arranca hoje na Rússia.

O PE pede ao Conselho da UE e aos Estados-Membros que se mantenham “firmes e unidos na manutenção das sanções acordadas contra a Rússia” e a prorrogarem as sanções, bem como “a ponderarem medidas específicas contra as pessoas responsáveis pela detenção e pelo julgamento de prisioneiros políticos.”

Na resolução aprovada no PE por 485 votos a favor, 76 contra e 66 abstenções, os eurodeputados solicitam às autoridades russas “que libertem imediatamente o cineasta ucraniano Oleg Sentsov e todos os outros cidadãos ucranianos ilegalmente detidos na Rússia e na península da Crimeia”. O PE indicou que “existem atualmente mais de 70 prisioneiros políticos ucranianos na Rússia e na Crimeia ocupada.”

O eurodeputado português, José Inácio Faria, na sua intervenção no PE veio pedir à UE para que esta exija junto da Presidência Russa a libertação dos presos políticos ucranianos, nomeadamente do cineasta Oleg Sentsov.

Os eurodeputados expressaram a sua profunda inquietação perante a “tendência preocupante de detenções, ataques, intimidação e descredibilização” de que são alvo os jornalistas independentes e defensores dos direitos humanos que trabalham na Rússia e, em particular, na Chechénia. A resolução aprovada no PE indica que “os ativistas da sociedade civil em todo o mundo devem exercer livremente os seus mais elementares direitos à liberdade de expressão e de pensamento.”

O PE recordou ainda às autoridades russas que, “na sua qualidade de potência ocupante de facto que controla efetivamente a Crimeia”, têm a plena responsabilidade de proteger os cidadãos da Crimeia contra medidas judiciais ou administrativas arbitrárias e que “têm a obrigação, em virtude do direito internacional humanitário, de garantir a proteção dos direitos humanos na península.”