OMS: Luvas não substituem higiene das mãos para reduzir transmissão de infeções

OMS: Luvas não substituem higiene das mãos para reduzir transmissão de infeções
OMS: Luvas não substituem higiene das mãos para reduzir transmissão de infeções. Foto: Rosa Pinto

Quando se assinala o Dia Mundial da Higiene das Mãos, 5 de maio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lembra que “a higiene das mãos é uma das ferramentas mais eficazes, acessíveis e universais que temos para prevenir a transmissão de infeções e fornecer cuidados médicos de alta qualidade, limpos e seguros.”

Sobretudo entre os profissionais de saúde é normal o uso de “luvas médicas que desempenham um papel vital na prevenção da transmissão de infeções”, nomeadamente, “quando há risco de exposição a sangue e fluidos corporais”, mas a OMS alerta que as luvas “não substituem a higienização das mãos no momento certo.”

Ao ser assinalado o Dia Mundial da Higiene das Mãos, a OMS insta governos, unidades de saúde e profissionais de saúde em todo o mundo “a reforçarem as práticas de higiene das mãos”, que é “uma intervenção comprovada e económica para proteger pacientes e profissionais de saúde.”

“As luvas médicas podem reduzir o risco de infeção, mas nunca substituem a higiene das mãos”, disse Bruce Aylward, Diretor-Geral Adjunto da OMS para a Cobertura Universal de Saúde, Life Course. “Neste Dia Mundial da Higiene das Mãos, vamos redobrar nosso compromisso e ação para melhorar a higiene das mãos em ambientes de saúde, a fim de garantir a segurança de pacientes e profissionais de saúde.”

“Salve vidas, economize dinheiro e reduza o desperdício” releva a OMS, que indica que “cada dólar investido em higiene das mãos pode render até 24,6 dólares em retornos económicos.”

Entretanto, a OMS lembrou que “2 em cada 5 unidades de saúde ainda não têm serviços básicos de higiene das mãos onde o atendimento é prestado, colocando 3,4 mil milhões de pessoas em risco.”

Também, “o uso inadequado de luvas não só prejudica as práticas de prevenção e controlo de infeções, como também aumenta significativamente o desperdício no setor de saúde. Grande parte desse desperdício pode ser evitado mantendo a higiene das mãos e usando luvas apenas quando necessário.”

As luvas são protetoras, mas não infalíveis ou isentas de problemas

Contudo, “as luvas podem ser contaminadas, assim como as mãos, e frequentemente são mal utilizadas, como por exemplo, quando usadas indefinidamente enquanto os profissionais de saúde alternam entre pacientes ou quando realizam vários procedimentos para o mesmo paciente. Além disso, o uso excessivo de luvas contribui para a degradação ambiental”, relava e alerta a OMS.

A OMS indicou que “um hospital universitário médio em um país desenvolvido gera 1.634 toneladas de resíduos hospitalares por ano, o equivalente a mais de 360 ​​elefantes africanos. Grande parte desse lixo poderia ter sido evitada se as luvas fossem usadas corretamente e se houvesse uma boa higiene das mãos. A maioria das luvas usadas é considerada infeciosa e requer incineração em alta temperatura ou tratamento especializado, sobrecarregando os sistemas de gestão de resíduos já sobrecarregados.”

Conclusão e medidas a adotar

Para minimizar os diversos riscos que conduzem a infeções a OMS solicita aos governos e legisladores e à comunidade de saúde que tomem medidas para melhorar o uso racional de luvas e a higiene das mãos em ambientes de assistência à saúde, nomeadamente:

Estabelecer a conformidade com a higiene das mãos como um indicador de desempenho do sistema nacional de saúde até 2026, em conformidade com o Plano de ação global e a estrutura de monitoramento sobre prevenção e controlo de infeções (IPC), 2024-2030 ;

Alinhar os esforços nacionais sobre higiene das mãos com as diretrizes da OMS sobre higiene das mãos na assistência à saúde;

Treinar os profissionais de saúde sobre o uso adequado de luvas e as orientações da OMS chamadas de 5 momentos para higiene das mãos;

Concentrar-se na redução do uso desnecessário de luvas para minimizar o desperdício nos cuidados de saúde; fornecer os recursos necessários para permitir que a higiene das mãos seja praticada no ponto de atendimento;

Evitar o uso indevido de luvas mantendo luvas de boa qualidade em quantidade suficiente e acessíveis.