Pacientes com COVID-19 sintomáticos são mais contagiosos

Estudo de investigação conclui que a gravidade da infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2 aumenta a transmissão das infeção. Pessoas com COVID-19 sintomáticas transmitem mais o vírus que as pessoas com COVID-19 assintomáticas.

Pacientes com COVID-19 sintomáticos são mais contagiosos
Pacientes com COVID-19 sintomáticos são mais contagiosos. Foto: © Rosa Pinto

As pessoas com COVID-19 são mais propensos a espalhar o coronavírus SARS-CoV-2 para contatos próximos dois dias antes do início dos sintomas a três dias após o aparecimento dos sintomas, e o risco de transmissão é maior quando os pacientes apresentam um maior grau da doença, conclui estudo de investigadores da Universidade da Geórgia, EUA.

As conclusões do estudo publicado na JAMA Internal Medicine indica as pessoas com COVID-19 sintomáticas ou que estão mais doentes são mais contagiosas, em comparação com as pessoas infetadas mas assintomáticas.

Yang Ge, autor principal do estudo, esclareceu: “Descobrimos que os casos assintomáticos tinham menor transmissibilidade do que os sintomáticos e eram menos propensos a infetar os seus contactos. Além disso, descobrimos que os contactos que desenvolveram infeções por COVID-19 eram mais propensos a ser assintomáticos se fossem expostos a um caso assintomático”.

Importância das vacinas e das mascaras

“Isso sugere que intervenções como vacinas e uso de mascara devem continuar a ser incentivadas”, concluiu o investigador.

As vacinas não apenas protegem o indivíduo vacinado, mas também atuam para suprimir a quantidade de vírus a que os contactos próximos podem ser expostos, e a mascara reduz a disseminação de aerossóis que podem conter o vírus.

O estudo

A equipa de investigadores extraiu os resultados de um grande estudo de coorte de 730 indivíduos que receberam um diagnóstico de COVID-19 na província de Zhejiang, China, entre 8 de janeiro de 2020 e 30 de julho de 2020.

Usando registos de saúde detalhados e rastreamento de contacto, a equipa foi capaz de aplicar abordagens analíticas de última geração para determinar como o tempo de exposição e a gravidade da doença impactaram o risco de transmissão.

A coorte incluiu 8.852 contactos próximos, definidos como membros de uma família, colegas de trabalho e os que foram expostos num ambiente de cuidados de saúde ou em transportes compartilhados.

O estudo envolveu para la dos investigadores da Universidade da Geórgia, a Escola de Saúde Pública da Universidade de Boston, Centro Provincial de Controle e Prevenção de Doenças de Zhejiang, Escola de Saúde Pública da Universidade do Texas e Escola de Saúde Pública e Medicina Tropical da Universidade de Tulane.