Parlamento Europeu atribui Prémio Sakharov ao ucraniano Oleg Sentsov

Cineasta ucraniano Oleg Sentsov é distinguido com o Prémio Sakharov de 2018. “Oleg Sentsov tornou-se um símbolo da luta pela libertação de presos políticos detidos na Rússia e em todo o mundo”, afirmou Antonio Tajani, Presidente do Parlamento Europeu.

Edifício do Parlamento Europeu em Estrasburgo
Edifício do Parlamento Europeu em Estrasburgo. Foto: Rosa Pinto

O Presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, divulgou ontem, 25 de outubro, a atribuição do Prémio Sakharov 2018 para a Liberdade de Pensamento ao realizador de cinema ucraniano Oleg Sentsov.

“Através da sua coragem e determinação, colocando a sua vida em perigo, o cineasta Oleg Sentsov tornou-se um símbolo da luta pela libertação de presos políticos detidos na Rússia e em todo o mundo” referiu Antonio Tajani.

O Presidente do Parlamento Europeu indicou que ao atribuir o Prémio Sakharov, a Oleg Sentsov, “o Parlamento Europeu manifesta a sua solidariedade para com ele e a sua causa. Pedimos que seja libertado imediatamente. A sua luta recorda que é nosso dever defender os direitos humanos em todo o mundo e em todas as circunstâncias.”

Ao Prémio Sakharov foram também finalistas 11 organizações não-governamentais que resgataram migrantes cruzando o Mar Mediterrâneo e Nasser Zefzafi, líder do movimento de protesto em massa marroquino, Hirak.

O Parlamento Europeu entrega os prémios Sakharov, em cerimónia a realizar em Estrasburgo no dia 12 de dezembro de 2018.

O ucraniano Oleg Sentsov é um realizador de cinema, que foi detido em 10 de maio de 2014, em Simferopol, na Crimeia, e condenado a 20 anos de prisão, com a acusação de planear atos terroristas contra o domínio russo “de facto” na Crimeia. A Amnistia Internacional descreveu o processo judicial como “um julgamento injusto perante um tribunal militar”.

Em maio de 2018, Oleg Sentsov entrou em greve de fome, e em 14 de junho de 2018, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução onde solicitava às autoridades da Rússia, a libertação do prisioneiro político Oleg Sentsov, uma libertação, imediata e incondicionalmente, bem como a todos os outros cidadãos ucranianos detidos ilegalmente na Rússia e na Península da Crimeia.

“Oleg Sentsov foi condenado porque se opunha à anexação ilegal e forçada de parte do seu país pelo seu vizinho beligerante, o que constituiu uma flagrante violação do Direito Internacional e dos compromissos internacionais e bilaterais russos”, descreve o PE.