Prémio ‘FAZ Ciência 2019’ atribuído a investigação em imunoterapia contra o cancro

Investigação sobre células do sistema imunitário e o seu papel na luta contra o cancro, no IMM, conquista ‘Prémio FAZ Ciência 2019’. Um prémio atribuído pela Fundação AstraZeneca e a Sociedade Portuguesa de Oncologia.

Trabalhos de laboratório
Trabalhos de laboratório. Foto: DR

Investigação para melhores tratamentos de imunoterapia contra o cancro em desenvolvimento no Instituto de Medicina Molecular – João Lobo Antunes (iMM), em Lisboa, foi reconhecida com o Prémio ‘FAZ Ciência 2019’.

No projeto ‘Reguladores celulares e moleculares de células T γδ multifacetadas no microambiente tumoral’, os investigadores estudam um conjunto de linfócitos que infiltram o tumor e que podem contribuir para a sua progressão.

A investigação parte de “que as células do sistema imunitário são uma componente importante do microambiente tumoral, influenciando de forma significativa a progressão do cancro”, tendo os investigadores do iMM já identificado “dois subconjuntos destas células que desempenham papéis opostos na progressão do tumor”.

Um subconjunto de células estimula a resposta contra o cancro, mas o outro subconjunto promove o crescimento do tumor. Agora os investigadores pretendem perceber o que controla este equilíbrio.

Ao prémio foram submetidos diversos projetos de elevada qualidade e representativos de vários grupos de investigação. Este nível e quantidade de projetos representa já “o consolidar de um novo paradigma no panorama da investigação em Portugal.”

O Prémio ‘FAZ Ciência 2019’ é uma iniciativa da Fundação AstraZeneca (FAZ) e da Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO), e tem como objetivo distinguir o melhor projeto de investigação translacional em Imuno-Oncologia desenvolvido em Portugal.

O prémio, que se traduz numa bolsa de trinta e cinco mil euros, foi entregue ontem, 23 de abril, numa cerimónia que decorreu na residência do Embaixador do Reino Unido, em Lisboa.

Para Paulo Cortes, Presidente da SPO, “esta iniciativa dá corpo a um dos desígnios maiores da SPO ao promover o conhecimento e interligação entre os vários grupos de investigação, cooperativos e universidades, nacionais e internacionais”, e acrescentou: “Continuamos a abraçar esta parceria com a Fundação AstraZeneca na atribuição do prémio ‘FAZ Ciência’ com a maior satisfação e empenho”.

Para Rosário Trindade, Vice-Presidente da Fundação AstraZeneca, “o futuro da saúde passa pelo constante investimento em investigação, centrado nas necessidades dos doentes, capaz de mudar o paradigma do tratamento e da gestão da doença. E é essa investigação que o Prémio FAZ Ciência quer incentivar e premiar”.

A seleção do projeto vencedor foi feita por uma Comissão de Avaliação composta por cinco reconhecidos especialistas nacionais na área da Imuno-Oncologia:

  • Carmo Fonseca, Presidente do Instituto de Medicina Molecular (IMM) e Professora Catedrática na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa;
  • Paulo Cortes, Presidente da SPO e Coordenador da Unidade de Oncologia do Hospital dos Lusíadas;
  • José Carlos Machado, Vice-Presidente do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup) e Professor Associado da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto;
  • José Dinis, Vogal da SPO, Diretor da Unidade de Investigação Clínica do IPO do Porto;
  • Noémia Afonso, Secretária da SPO e Oncologista no Hospital de Santo António.