Primeira casa-abrigo LGBTI inaugurada em Matosinhos

Matosinhos passa a dispor da primeira casa-abrigo LGBTI para vítimas de violência doméstica. A Casa Arco-Íris, com capacidade para sete pessoas, resulta de apoio da Câmara Municipal e de verbas do POISE. A iniciativa é única a nível nacional.

Primeira casa-abrigo LGBTI inaugurada em Matosinhos
Primeira casa-abrigo LGBTI inaugurada em Matosinhos. Foto: Rosa Pinto

A Câmara Municipal de Matosinhos entrega chave de imóvel municipal à Associação Plano i passando este imóvel a ser a primeira casa-abrigo de emergência para pessoas LGBTI vítimas de violência doméstica, numa cerimónia presidida pela Secretária de Estado da Cidadania e Igualdade, Rosa Monteiro.

A Casa Arco-Íris, com capacidade para acolher simultaneamente sete pessoas, resulta da aprovação de uma candidatura da Associação Plano i ao POISE- Programa Operacional para a Inclusão Social e Emprego, e é a primeira unidade do género a funcionar em Portugal. Trata-se de um projeto inovador, que pretende proporcionar uma resposta diferenciada à população LGBTI vítima de violência doméstica.

A Casa Arco-Íris propõe-se “assegurar o acolhimento urgente e de curta duração a vítimas de violência doméstica LGBTI, acompanhadas ou não de filhos menores ou maiores dependentes, em virtude de questões de segurança e/ou de iminente risco de revitimização. Esta resposta integrada garantirá a satisfação das necessidades básicas, a proteção e segurança no sentido da minimização do risco e da vulnerabilidade social, o apoio psicológico, social e jurídico e a reconstrução de um projeto de vida autónomo e independente.”

Desde janeiro de 2017 que a Associação Plano i (APi) tem a funcionar, em Matosinhos o Centro Gis de atendimento à população lésbica, gay, bissexual e trans. A iniciativa resultou dum desafio lançado à Câmara Municipal de Matosinhos pela Secretaria de Estado para a Cidadania e Igualdade, tendo o serviço sido designado por Gis em homenagem à transexual Gisberta, assassinada a 22 de fevereiro de 2006, no Porto.

O centro Gis em 2017 acompanhou 123 pessoas, realizou 1.036 atendimentos e seguiu 20 casos de violência doméstica. Atualmente acompanha 199 utentes.

Com o apoio da Câmara Municipal de Matosinhos a APi passou a dispor, desde abril deste ano de uma unidade móvel. O Gabinete Itinerante de Saúde (GiS) é também resultante de um projeto aprovado pela Fundação EDP, o que permite à APi prestar apoio multidisciplinar a pessoas LBGTI, aos seus familiares e a pessoas próximas que, por razões geográficas, financeiras ou outras, não possam deslocar-se ao Centro Gis.

Agora a criação da Casa Arco-Íris é também assente num protocolo entre Câmara Municipal de Matosinhos, presidida por Luísa Salgueiro, e a Associação Plano i de que é presidente Sofia Neves.