Rastreio de cancro do intestino com atraso de oito meses em Portugal

Número de mortes por cancro do intestino pode diminuir e o sucesso no tratamento pode aumentar, em cerca de 90%, se o rastreio for precoce. Europacolon lança campanha de informação e apela ao rastreio precoce da doença.

Rastreio de cancro do intestino com atraso de oito meses em Portugal
Rastreio de cancro do intestino com atraso de oito meses em Portugal. Foto: © Rosa Pinto

Mais de 500.000 novos casos de cancro do intestino são diagnosticados, por ano, na Europa. Em 2020 o cancro do intestino foi responsável pela perda de mais de 240.000 vidas. Uma doença que tem efeitos devastadores nas famílias e amigos que acompanham de perto o doente.

No Mês Europeu da Luta Contra o Cancro do Intestino, a Associação de Luta Contra o Cancro do IntestinoEuropacolon, lembra que este é um tipo de cancro evitável e com elevada probabilidade de cura quando diagnosticado e tratado em fases iniciais da doença. Em Portugal o diagnóstico não está a acontecer em tempo razoável, dado que tem atrasos de oito meses.

Em Portugal, cerca de 10.000 novos casos são diagnosticados por ano e 17% das mortes causadas pelo cancro são pelo cancro colorretal. Mas “o número de mortes pode diminuir e a taxa de casos tratados com sucesso pode aumentar, em cerca de 90%, se o rastreio for realizado atempadamente”, alerta Vítor Neves, Presidente da Europacolon Portugal.

Em Portugal, o rastreio não está a acontecer em tempo adequado, “uma vez que existem colonoscopias em atraso, tal como falta de seguimento dos testes positivos ao rastreio que rondam os oito meses, o que ainda é mais grave pois estas pessoas não estão a ser tratadas nem apoiadas” lembra Vítor Neves.

Neste “Mês do Cancro do Intestino”, o Presidente da Europacolon Portugal lembra: “É também muito importante manter um estilo de vida saudável e conhecer os principais sintomas, tais como: fezes mais finas que o normal, dores frequentes de gases, inchaço e cólicas ou sangue nas fezes. No entanto, todas as pessoas com idades entre os 50 e 74 anos, mesmo sem sintomas e com histórico familiar da doença, devem insistir em marcar uma consulta regular para que seja realizado um rastreio e para que seja dado o devido seguimento e tratamento a um teste positivo.”

Quando é lançada a campanha informativa e de sensibilização sobre o cancro do intestino e apela ao rastreio precoce da doença, Vítor Neves, indica: “Na nossa associação estamos sempre disponíveis para falar com os doentes para que este diagnóstico deixe, cada vez mais, de ser uma sentença de morte e para que todos os doentes e cuidadores tenham apoio. Destaco, por exemplo, o nosso mais recente projeto de apoio ao doente com cancro colorretal metastático em regime de Cuidados Paliativos, no domicílio, que permite dotar os doentes e cuidadores de ferramentas essenciais para lidarem com a doença.”