Reabilitação urbana domina o mercado da habitação

Imobiliária RE/MAX vendeu, nos últimos 17 meses, 1.001 prédios em Portugal, a maioria para reabilitação, sendo 61% dos compradores nacionais, 9% brasileiros, 5,5% franceses e 5% chineses. O valor médio por prédio foi de 724.355 euros.

Reabilitação urbana domina o mercado da habitação
Reabilitação urbana domina o mercado da habitação. Foto: Rosa Pinto

A imobiliária RE/MAX indicou que foi responsável pela venda de 1.001 prédios em Portugal, nos últimos 17 meses, grande parte destinada à reabilitação. O valor médio por prédio foi de 724.355 euros, corresponde um volume de faturação na ordem dos 725 milhões de euros.

A imobiliária indicou que 61% dos compradores são nacionais, e que o maior volume de transações situou-se no distrito de Lisboa, atingindo os 87%. Entre os compradores internacionais, os brasileiros assumem a liderança 9%, os franceses são os segundos com 5,5% e os chineses os terceiros com 5%.

Os compradores nacionais adquiriram sobretudo no distrito de Lisboa, com destaque para Oeiras, Sintra e Cascais, a seguir a Lisboa aparece o distrito de Faro com 3% das transações e o do Porto e Setúbal com 2,5% cada. Mas há registo de compra de prédios em vários outros distritos como Évora, Leiria, Santarém, Madeira, entre outros.

A maioria dos prédios comercializados destina-se a reabilitação, uma tendência que Manuel Alvarez, presidente da RE/MAX Portugal explica pela “falta de construção nova, e a que existe tem preços elevados. Como consequência da crise prolongada que o setor atravessou, grande parte das empresas de construção nacional despareceu ou estão em processos de insolvência. Não se estão a construir prédios novos. Por outro lado, é mais fácil a obtenção de crédito para reabilitação do que para compra de terreno novo. Deste modo, quem quer habitação nova tem de reabilitar”. Para o empresário, esta propensão conduz a uma contenção dos preços.

Para Manuel Alvarez esta evolução do mercado promove o desenvolvimento sustentável do mercado habitacional, através da preservação cultural, da proteção ambiental e de vantagens económicas, e “gera uma cadeia de valor que dá emprego e riqueza a muitos setores da população. Vejamos o exemplo dos arquitetos, que praticamente não tinham trabalho e que agora têm dificuldade em dar resposta a todos os pedidos. Assim como eles, as câmaras municipais acumulam processos.”