No enfarte agudo do miocárdio cada segundo

Os sintomas do ataque cardíaco e as medidas a tomar são aqui descritas pelo médico João Brum Silveira. Neste artigo o médico releva o tempo de intervenção como fator decisivo do prognóstico, e faz referência à campanha “Cada Segundo Conta”.

João Brum Silveira, médico, presidente da Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular
João Brum Silveira, médico, presidente da Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular. Foto: DR

O enfarte agudo do miocárdio, ou ataque cardíaco, resulta da obstrução de uma das artérias do coração, que faz com que uma parte do músculo cardíaco fique em sofrimento por falta de oxigénio e nutrientes. Esta obstrução é habitualmente causada pela formação de um coágulo devido à rutura de uma placa de colesterol.

Os sintomas mais comuns, para os quais as pessoas devem estar despertas, são a dor no peito, por vezes com irradiação ao braço esquerdo, costas e pescoço, acompanhada de suores, náuseas, vómitos, falta de ar e ansiedade. Normalmente os sintomas duram mais de 20 minutos, mas também podem ser intermitentes. Podem ocorrer de forma repentina ou gradualmente, ao longo de vários minutos.

Na presença destes sintomas é importante ligar imediatamente para o número de emergência médica – 112 e esperar pela ambulância que estará equipada com aparelhos que registam e monitorizam a atividade do coração e permitem diagnosticar o enfarte. Não deve tentar chegar a um hospital pelos seus próprios meios porque este poderá ser um centro sem capacidade para realizar o tratamento mais adequado. Esta situação não acontece quando se liga para o 112 porque a equipa de emergência confirma a suspeita de um enfarte e ativa a via verde coronária que permite encaminhar os doentes para hospitais com laboratórios de hemodinâmica.

Não se esqueça, no enfarte agudo do miocárdio cada segundo conta. É importante a precocidade no diagnóstico (valorização dos sintomas) – o que implica um tratamento mais rápido com redução significativa da quantidade de músculo cardíaco “perdido”, o que leva a que os doentes tenham um melhor prognóstico, isto é, que voltem a ter uma vida “normal”.

Para promover o conhecimento e compreensão sobre esta doença, a Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC), vai realizar o 1.º Encontro Nacional de Sobreviventes de Enfarte Agudo do Miocárdio, no dia 18 de setembro, no Auditório do Hospital Geral de Santo António, no Porto. As inscrições, gratuitas e obrigatórias, são feitas através do e-mail secretariado.apic@spc.pt.

Autor: João Brum Silveira, médico, presidente da Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular

A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular, uma entidade sem fins lucrativos, está a promover a campanha “Cada Segundo Conta” – www.cadasegundoconta.pt. A campanha tem o Alto Patrocínio do Presidente da República.