Aumento de casos de mpox e recomendações temporárias da OMS

Aumento de casos de mpox e recomendações temporárias da OMS
Aumento de casos de mpox e recomendações temporárias da OMS. Foto: Rosa Pinto

O Comité de Emergência do Regulamento Sanitário Internacional, da Organização Mundial de Saúde (OMS), indica que continua a verificar-se um aumento de mpox que leva o Diretor-Geral da OMS a indicar que continua a tratar-se de uma emergência de saúde pública de interesse internacional.

Em face da situação o Comité emitiu um conjunto de recomendações temporárias para os países que enfrentam a transmissão do vírus da varíola dos macacos (MPXV), que para além das recomendações permanentes para o mpox, que se aplicam a todos os países, as temporárias deverão ser estendidas até 20 de agosto de 2025.

Entre as recomendações está a de garantir um compromisso politico e a alocação adequada de recursos para intensificar os esforços de prevenção e resposta ao mpox, bem como estabelecer ou melhorar os mecanismos de coordenação nacionais e locais de prevenção e resposta a emergências.

Outra das recomendações tem ver com a vigilância colaborativa para melhorar a vigilância de mpox, aumentando a sensibilidade das abordagens adotadas e garantindo uma cobertura geográfica abrangente. Isto inclui o ampliar do acesso a diagnósticos precisos, acessíveis e disponíveis para testar o mpox, bem como o de identificar, monitorar e dar suporte aos contatos de pessoas com suspeita, diagnóstico clínico ou confirmação laboratorial de mpox para prevenir a transmissão.

No caso dos cuidados clínicos estes devem ser seguros e escaláveis, através de suporte clínico, nutricional e psicossocial para pacientes com mpox, incluindo, quando apropriado e possível, isolamento em centros de atendimento e/ou acesso a materiais e orientação para cuidados domiciliares, bem como desenvolver e implementar um plano para expandir o acesso a cuidados clínicos de suporte otimizados para todos os pacientes com mpox, incluindo crianças, pacientes a vivendo com VIH e mulheres grávidas.

Nesta recomendação está a necessidade de incluir a identificação rápida e gestão eficaz de coinfecções endémicas, como malária, varicela ou sarampo. Isso também inclui oferecer testes de VIH para pacientes adultos que não sabem o seu status de VIH e para crianças.

Na área do tráfego internacional é considerada a necessidade de estabelecer ou fortalecer acordos de colaboração transfronteiriça para vigilância, gestão e apoio a casos suspeitos e contatos de mpox, e para o fornecimento de informações a viajantes e operadores de transporte, sem recorrer a restrições de viagens e comércio que impactam desnecessariamente as economias locais, regionais ou nacionais.

No caso da vacinação a recomendação vai para o preparar e implementar o uso integrado direcionado da vacina para a “Fase 1-Parar o surto”. Assim, devem ser desenvolvidos e implementados planos para vacinação no contexto de uma resposta integrada no nível administrativo mais baixo, relatando casos de pessoas com alto risco de exposição (por exemplo, contatos de casos de todas as idades, incluindo contatos sexuais, profissionais de saúde e assistência, populações-chave e outros grupos em risco em áreas endêmicas e não endêmicas).

A recomendação sobre proteção comunitária coloca a necessidade de fortalecer a comunicação de risco e os sistemas de envolvimento comunitário com comunidades afetadas e forças de trabalho locais para estratégias de prevenção, resposta e vacinação de surtos, particularmente nos níveis administrativos mais baixos, relatando casos, inclusive por meio de treino, mapeamento de populações vulneráveis ​​e de alto risco, escuta social e feedback da comunidade, e gestão de desinformação.

No domínio da governança e financiamento é importante galvanizar e ampliar o financiamento nacional e explorar oportunidades externas para financiamento direcionado de atividades de prevenção, prontidão e resposta a mpox, defender a libertação de fundos disponíveis e tomar medidas para identificar potenciais novos parceiros de financiamento para resposta a emergências.