Café não é prejudicial ao coração nem ao sistema circulatório

Beber café não provoca rigidez das artérias e por isso não é fator de ataque cardíaco ou derrame. Um novo estudo de grande dimensão vem esclarecer sobre dúvidas ligadas aos efeitos do café no coração e no sistema circulatório.

Chávena de café
Chávena de café. Foto: © TVEuropa

Uma nova investigação da Universidade Queen Mary de Londres mostrou que tomar café, mesmo até 25 chávenas por dia, não provoca rigidez das artérias. A investigação, liderada pelo Steffen Petersen, e parcialmente financiada pela British Heart Foundation (BHF), foi apresentada na Conferência da British Cardiovascular Society (BCS) em Manchester.

As artérias transportam sangue que contem oxigénio e nutrientes do coração para o resto do corpo. Se essas artérias ficarem rígidas, então é solicitado maior esforço de trabalho ao coração e assim aumentar a probabilidade de uma pessoa ter um ataque cardíaco ou derrame.

Um estudo envolvendo mais de 8.000 pessoas no Reino Unido desmistificou alguns estudos anteriores que indicavam que beber café aumentava a rigidez arterial. Para a equipa de investigação de Steffen Petersen, as indicações de que beber café levava a que artérias ficassem mais rígidas são inconsistentes e podem ter vindo de estudos limitados pelo pequeno número de participantes.

No novo estudo o consumo de café foi categorizado em três grupos: os que bebem menos de uma chávena por dia; os que bebem entre uma a três chávenas por dia; e os que bebem mais de três chávenas. Pessoas que consumiam mais de 25 chávenas de café por dia foram excluídas do estudo. Os investigadores verificaram não haver nenhum aumento de rigidez das artérias que fosse associado aos participantes que consumiam até 25 chávenas de café por dia em comparação com os que consumiam menos de uma chávena.

As associações entre beber café e medidas de rigidez arterial foram corrigidas por fatores como idade, género, grupo étnico, tabagismo, altura, peso, álcool consumido, comida e a hipertensão.

Dos 8.412 participantes que foram submetidos a exames de ressonância magnética e de medição de ondas de pulso por infravermelho, a investigação mostrou que os consumidores moderados e maior ​​de café eram mais propensos a ser do sexo masculino, fumar e consumir álcool regularmente.

Kenneth Fung que liderou a análise de dados para o estudo da Universidade Queen Mary de Londres, referiu: “Apesar da enorme popularidade do café em todo o mundo, diferentes relatórios podem levar as pessoas a não o consumirem. Embora não nos seja possível provar haver um nexo de causalidade neste estudo, a investigação mostra que o café não é tão mau para as artérias como sugeriam estudos anteriores”.

Metin Avkiran, Diretor Médico Associado da Fundação Britânica do Coração, referiu: “Compreender o impacto que o café tem sobre o nosso coração e sistema circulatório é algo que os investigadores e a imprensa têm questionado há algum tempo”, dado que “existem vários estudos conflituantes dizendo coisas diferentes sobre o café, e pode ser difícil filtrar o no que devemos acreditar”. Este novo estudo “exclui um dos potenciais efeitos prejudiciais do café nas artérias”.