Existe um tipo de água melhor que outra? Quais os benefícios para a saúde por tipo de água?

Existe um tipo de água melhor que outra? Quais os benefícios para a saúde por tipo de água?
Existe um tipo de água melhor que outra? Quais os benefícios para a saúde por tipo de água?

No verão, quando e calor aumenta significativamente, os conselhos vão no sentido de hidratação, beber água passa a ter de ser mais frequente. Então que água beber? A pergunta coloca-se com frequência, face à variedade de tipos específicos de água que encontramos à venda, como água alcalina, água com eletrólitos, água enriquecida e até água aromatizada.

Para o investigador em nutrição da Universidade Tufts, Roger Fielding, não existe qualquer vantagem nutricional em escolher um tipo de água em vez de outro, e referiu: “Não há nenhuma base fisiológica que sugira algum benefício metabólico nessas águas especiais em comparação à água comum e pura”.

Para evitar a desidratada, Roger Fielding, reforçou o conselho “beber mais líquidos”. Assim, se a pessoa tem “preferência por uma bebida e isso vai fazer com beba mais e ficar mais atento à reidratação com essa bebida, e tem recursos para a comprar, então vá em frente”, pois é uma boa opção. Mas no caso com bebidas adoçadas deve haver o cuidado de não haver um consumo em excesso, pois “é mais provável que se reidrate porque a bebida é adoçada ou aromatizada”.

Mas para isso não significa que devemos ignorar os rótulos nutricionais. É importante prestar atenção especial aos níveis de sódio em bebidas, mesmo na água. De acordo com as melhores recomendações os adultos devem consumir menos de 2 gramas de sódio por dia, e algumas águas, como as que contêm eletrólitos, podem conter níveis elevados de sódio devido à adição de sódio e potássio e, em alguns casos, do próprio sal.

“Se alguém consome grandes quantidades de água com altos níveis de sódio, pode aumentar o risco de hipertensão e outros desfechos cardiovasculares negativos associados ao consumo excessivo de sal”, lembrou Roger Fielding. “Mas a maioria dessas bebidas que fornecem esses tipos de eletrólitos são bastante diluídas.”

O investigador referiu que mesmo para atletas de resistência e para as pessoas frequentam ambientes como estúdios de ioga aquecidos, é “muito difícil induzir uma deficiência de eletrólitos”, e consumir água enriquecida com eletrólitos não fará muita diferença na mudança da concentração de eletrólitos nos corpos.

Os eletrólitos, que desempenham um papel vital em ajudar os nossos corpos a regular as reações químicas, são produzidos em nos nossos corpos na forma de bicarbonato e são consumidos por meio de alimentos e bebidas nas formas de cloreto de sódio e potássio.

“As concentrações de eletrólitos dentro das nossas células, e também nos fluidos externos, como o sangue, por exemplo, são controladas e reguladas de forma muito rigorosa”, referiu o investigador. “Isso ocorre porque afetam o funcionamento dos músculos, dos rins e dos corações, que batem 72 vezes por minuto. Portanto, aumentar as concentrações de eletrólitos consumindo uma bebida não vai influenciar as concentrações totais de eletrólitos nos corpos.”

Para Bess Dawson-Hughes, endocrinologista, cientista aa Faculdade de Medicina da Universidade Tufts os consumidores jovens provavelmente não encontrarão nenhum benefício em comprar uma garrafa de água alcalina.

“Não temos evidências diretas que demonstrem um benefício das intervenções com água alcalina em comparação com as intervenções com água não alcalina”, disse Dawson-Hughes. “Mas seria lógico se, como pessoa mais velha, tivesse uma dieta que produz ácido e isso estivesse a custar-lhe ossos e músculos, que pudesse beneficiar ao beber água alcalina de qualquer maneira possível.”

As dietas americanas tendem a ser ricas em alimentos como proteínas e grãos, e o enxofre presente nesses alimentos é metabolizado em ácido pelos rins, explicou Dawson-Hughes. Por esse motivo, é fundamental consumirmos frutas e vegetais em quantidade suficiente — ou alimentos alcalinos para ajudar o corpo a atingir o equilíbrio do pH.

“Quando somos jovens, os rins são funcionais o suficiente para fazer os ajustes necessários para equilibrar o pH, liberando íons extras de hidrogénio”, disse Dawson-Hughes. “Quando envelhecemos, os rins perdem essa capacidade. Se o rim não consegue livrar-se do excesso de ácido, adivinhe o que acontece? O osso é reabsorvido ou perdido porque o osso é, em essência, um reservatório de álcali.”

No estudo que também envolveu populações idosas, o investigador pode entender por que águas enriquecidas beneficiariam alguém que tem dificuldade em se lembrar de beber líquidos ou que evita beber líquidos devido a problemas de incontinência ou outra disfunção urinária.

“Para cuidadores e prestadores de serviços, é importante lembrar à população idosa é fundamental manter-se hidratada”, recomendou Roger Fielding. “Precisamos incentivar as pessoas a consumir uma quantidade adequada de líquidos, pois elas podem não saber como fazer isso sozinhas.”

Mas o mais importante, seja para alguém na faixa dos 80 anos, alguém que pratica regularmente exercícios ou que se encontra sentado a trabalhar, é fundamental repor as energias com a boa e velha H2O .

O investigador concluiu lembrando que “o melhor substituto de líquidos que provavelmente pode beber para evitar a desidratação é água. “A água supera tudo, exceto talvez em algumas circunstâncias muito extremas.”