Novo iniciador pirotécnico está a ser desenvolvido por investigadores em Coimbra

Equipa de investigadores da Universidade de Coimbra desenvolvem iniciador para artigos de pirotecnia sem substâncias explosivas nem nocivas, considerado mais seguro e amigo do ambiente.

Novo iniciador pirotécnico está a ser desenvolvido por investigadores em Coimbra
Novo iniciador pirotécnico está a ser desenvolvido por investigadores em Coimbra. Da esquerda para a direita: Ricardo Mendes, Bianca Sterbling, João Pimenta, Joana Quaresma e José Carlso Góis. Foto: DR

Desenvolver um iniciador para artigos de pirotecnia que seja mais seguro e amigo do ambiente é o objetivo do projeto FreePyro Igniter, financiado pelo programa Portugal 2020 e que envolve investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).

Dados alcançados no desenvolvimento e teste de um protótipo mostram que o iniciador pirotécnico a criar pode ser utilizado com sucesso para iniciar diferentes tipos de componentes pirotécnicos.

Ricardo Mendes, o responsável pelo projeto na FCTUC, referiu, citado em comunicado pela Universidade de Coimbra que a ideia é “desenvolver um iniciador mais sustentável e mais seguro, que não contenha substâncias consideradas explosivas, nem substâncias nocivas e que possa ser manipulado com toda a segurança.”

O investigador explicou: “Na sua maioria, os iniciadores tradicionais são baseados em composições que contém chumbo ou mercúrio, matérias que têm um impacto negativo no meio ambiente e são também classificadas como perigosas, devido ao elevado risco na sua manipulação e utilização”

O desenvolvimento do novo iniciador terá a vantagem de “que mesmo com uma iniciação em massa não produz explosão, porque não produz gases. Portanto, num incêndio, nunca haverá uma explosão. Por oposição, os iniciadores tradicionais, que são compostos por outro tipo de substâncias que geram temperaturas altas, mas também gases, podem originar explosões suscetíveis de causarem danos significativos”.

Depois do conceito já estar provado e desenvolvido e testado um protótipo, “há necessidade de dar continuidade ao projeto, que termina ainda este ano, até porque este novo iniciador vai exigir que os sistemas utilizados para a iniciação desses artefactos tenham mais energia, ou seja, terá de ser desenvolvido também um sistema de disparo compatível com este iniciador, indicou Joana Quaresma, investigadora da FCTUC, também envolvida no projeto.

A investigadora acrescentou que o novo iniciador apresenta vantagens a nível ambiental, de segurança e de economia, pois “contém substâncias com menor impacto no meio ambiente, tem a potencialidade de ser reutilizável, o transporte, o armazenamento e a utilização serão mais seguros e ainda, poderá evitar, no futuro, a importação deste tipo de produtos”.