Prevalência do cancro aumenta na União Europeia

Prevalência do cancro aumenta na União Europeia
Prevalência do cancro aumenta na União Europeia, Foto: Rosa Pinto

Quando se assinala o Dia Mundial do Cancro, a Comissão Europeia publicou os mais recentes Perfis Nacionais de Cancro para todos os Estados-Membros, que também inclui a Noruega e a Islândia. Os relatórios de 2025 mostram que as taxas de sobrevivência ao cancro estão a aumentar em toda a União Europeia (UE). Ao mesmo tempo, o cancro continua a ser uma preocupação de saúde pública, e as desigualdades em relação ao cancro ainda persistem entre os Estados-Membros.

Os perfis demonstram também como o cancro pode afetar-nos a todos, com o número de pessoas em tratamento ativo ou a viver com um historial de cancro a aumentar devido ao envelhecimento da população e ao aumento das taxas de sobrevivência. A maioria dos países desenvolveu planos nacionais de combate ao cancro que estão estreitamente alinhados com os principais elementos do Plano Europeu de Luta Contra o Cancro.

Os Perfis destacam outros factos importantes, incluindo:

As taxas de sobrevivência ao cancro melhoraram, com a mortalidade por cancro a diminuir em 12%. Ao mesmo tempo, a prevalência do cancro aumentou 24%. São assim, exigidos mais esforços para desenvolver programas de reabilitação e de qualidade de vida.

Cerca de metade dos casos de cancro vêm de quatro tipos principais de cancro: colorretal, pulmão, próstata e mama. O cancro da mama é responsável por quase um em cada três novos casos de cancro entre as mulheres, enquanto o cancro da próstata é responsável por quase um em cada quatro novos casos entre os homens.

É mostrado que ainda existem fortes desigualdades na mortalidade por cancro. As disparidades variam muito entre países, sendo que as taxas se mantêm mais elevadas nos países de baixo rendimento, entre as pessoas com níveis de educação mais baixos e entre os homens. Isto leva a que seja dada importância na abordagem às desigualdades no acesso e nos padrões de cuidados.

A UE registou melhorias em vários fatores de risco de cancro, incluindo a redução das taxas de tabagismo e uma redução geral do consumo de álcool. No entanto, o excesso de peso e a obesidade continuam a ser um desafio crescente, com mais de metade dos adultos da UE a apresentarem excesso de peso.

Mas também há tendências preocupantes quando se trata de deteção precoce através de rastreio. Um em cada dois países da UE registou um declínio na aceitação do rastreio do cancro da mama, e dois em cada três registaram diminuições no rastreio do cancro do colo do útero.

A Comissão Europeia esclareceu que os perfis dos Países são compilados em conjunto com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), no âmbito do Registo Europeu de Desigualdades em Cancro.

Como uma das ações do Plano Europeu de Luta Contra o Cancro, a Comissão Europeia publicou também a primeira versão oficial do esquema europeu de garantia de qualidade para os serviços de cancro da mama. O esquema define um conjunto de requisitos de qualidade para o tratamento do cancro da mama, abrangendo o rastreio, o diagnóstico, o tratamento e o seguimento. O objetivo do programa é garantir a qualidade e a continuidade dos cuidados em toda a Europa, no âmbito da Iniciativa da Comissão Europeia sobre o Cancro da Mama.

No Dia Mundial do Cancro, o Comissário Várhelyi acolhe o primeiro Diálogo sobre Políticas para a Juventude, com 30 jovens sobreviventes de cancro e jovens profissionais da área do cancro. O Diálogo é considerada, pela Comissão Europeia, uma ocasião para os participantes partilharem as suas opiniões sobre as políticas e programas de saúde da UE no domínio da oncologia e discutirem como a política de saúde pode servir melhor os doentes e os sobreviventes de cancro.

A Comissão Europeia anunciou que nos próximos dias, apresentará também uma revisão do Plano Europeu de Luta contra o Cancro, que mostrará os progressos consideráveis ​​realizados na área da política do cancro desde o lançamento em fevereiro de 2021.

A avaliação demonstrará que o Plano do Cancro, o mais ambicioso, o plano mais abrangente e mais bem financiado de sempre para combater o cancro a nível da UE está a dar resultados, e os principais objetivos continuam válidos. A implementação sustentada continua a ser crucial para continuar a causar impacto nos doentes e nas famílias de toda a UE.