Produção multissensorial do teatromosca a partir do Parque dos Poetas em Oeiras

Uma produção do teatromosca em parceria com a Câmara Municipal de Oeiras disponibiliza através da plataforma Zoom, “Jardins Esquecidos”, no âmbito do projeto MODOS DE VER: Parque dos Poetas.

Produção multissensorial do teatromosca a partir do Parque dos Poetas em Oeiras
Produção multissensorial do teatromosca a partir do Parque dos Poetas em Oeiras. Foto: DR

Novas tecnologias dão lugar a novas formas de conteúdos culturais. Os artistas vêm assumindo cada vez mais o papel de transformadores ou criadores de uma nova forma de cultura e onde a inovação assume a dianteira controlando os passos desses criadores. A produção do teatromosca e da Câmara Municipal de Oeiras que têm vindo a disponibilizar aos visitantes do Parque dos Poetas é uma mostra numa linha inovadora que interliga atores e espetadores.

No dia 5 de junho, às 21h00, através da plataforma Zoom, tem estreia “Jardins Esquecidos”, trata-se do segundo volume do projeto MODOS DE VER: Parque dos Poetas, que abriu em 2019 com o “Proémio”, uma performance de 30 minutos que decorreu tanto nos jardins do Parque dos Poetas, como no Templo da Poesia. Já no início de 2020, a companhia tinha estreado um primeiro “capítulo”, para o público escolar, dedicado à obra de Sophia de Mello Breyner.

“Uma escultura que nos desperta a atenção, um poema que teima em permanecer na nossa memória, uma personagem que nos intriga, uma paisagem que nos surpreende, uma estranha inscrição numa árvore… Durante todo o caminho, uma cidade secreta surgirá através das vozes e dos sons que vamos escutando nos auscultadores. Assim, através do som altera-se a nossa perceção da paisagem visual, o mundo exterior é apreendido de outro modo e novos territórios são explorados. E, cada um de nós – sozinho na multidão – faz a sua própria viagem pelo interior da(s) história(s) e da paisagem deste espaço magnífico. À sua volta há outros atores. E, se somos todos atores, quem serão os espetadores?” A resposta é dada pelo consumidor de uma cultura em transformação.

O teatromosca, partindo de ligações entre obras e autores nacionais e internacionais, criou um espetáculo inovador, construído com recurso às tecnologias digitais, nomeadamente, a aplicação Zoom, que a companhia tem vindo a utilizar durante o período de confinamento para a emissão online dos espetáculos criados em abril e maio.

Partindo de um conjunto documentos autênticos, como pequenos objetos, cartas, postais, fotografias entre outros, a equipa do teatromosca concebeu “uma intrincada narrativa em torno da vida de um pescador e uma professora de Oeiras, uma história romanceada que, progressivamente, se vai complexificando, à medida que cada espetador vai sendo convidado a “submergir” na história deste casal que viveu em Portugal nas décadas de 1950 e 1960”.

Ao mesmo tempo os espetadores são “transportados” pelos caminhos do maravilhoso parque em Oeiras, explorando-se as imagens de “jardim” e “paisagem” associadas a noções como Crença, Poder, Ordem, Expressão Cultural, Expressão Pessoal ou Identidade.

Uma performance que desafia os espetadores “a encontrarem na sua própria casa, nos seus objetos pessoais, na sua mobília, nos cheiros, nas memórias, o cenário e os adereços deste espetáculo que acabará por juntar, de modo surpreendente, espetadores e artistas e que colocará em causa o posicionamento e o papel de uns e de outros durante os processos de criação e de realização do evento teatral”.

Às sextas e sábados, às 21h00, de 5 de junho a 25 de julho, o espetáculo realizar-se-á online. Não se trata somente de um espetáculo transmitido em live streaming, mas, efetivamente, uma performance multimédia que se serve dos recursos digitais, para criar um elaborado jogo, como uma mise-en-abyme, em que espetadores e atores se confundem, em que ficção e não-ficção nem sempre se distinguem.

Para participar os interessados deverão instalar a aplicação Zoom (https://zoom.us/download) num dispositivo móvel: telemóvel, tablet ou computador portátil, com autonomia suficiente para 2 horas, e utilizar auscultadores. A participação exige uma inscrição e a utilização do dispositivo.

Os espetadores inscritos devem entrar na sessão a partir das 20h30 e antes das 21h00, para que a operacionalização do sistema e testes de som e imagem – ao iniciar sessão, deverá habilitar a entrada com vídeo e áudio.

O espetáculo tem uma duração aproximada de 120 minutos, a participação é gratuita, limitada a 30 espetadores por dia, mediante a inscrição prévia na sessão Zoom, através do link: https://us02web.zoom.us/meeting/register/tZMlcuGsqjsiHNCArAr-YPgtqEBRD9-4SID.

Produção multissensorial do teatromosca a partir do Parque dos Poetas em Oeiras
Produção multissensorial do teatromosca a partir do Parque dos Poetas em Oeiras