União Europeia vai reforçar resiliência de infraestruturas críticas

Comissão Europeia pretende aumentar a resiliência das infraestruturas críticas da União Europeia. Atual conflito Rússia-Ucrânia mostra urgência no reforço da capacidade de proteger de ataques as infraestruturas críticas.

União Europeia vai reforçar resiliência de infraestruturas críticas
União Europeia vai reforçar resiliência de infraestruturas críticas. Foto: Rosa Pinto

As infraestruturas críticas europeias estão cada vez mais interligadas e interdependentes, que se por um lado as torna mais fortes e eficientes, por outro lado mais vulneráveis em caso de incidentes.

Na atual guerra Rússia-Ucrânia assistimos a novos riscos, ataques físicos e ciberataques, muitas vezes combinados sob a forma uma guerra híbrida. A sabotagem dos gasodutos Nord Stream e outros incidentes recentes deixaram bem claro que a resiliência das infraestruturas críticas da União Europeia (UE) pode ser postas em causa.

Para a Comissão Europeia é necessário adotar as medidas para reforçar a capacidade da UE em proteger de ataques contra as suas infraestruturas críticas, no seu próprio território como nos países da sua vizinhança imediata.

Depois de em 2020, a Comissão Europeia ter proposto a adoção de regras atualizadas para aumentar a resiliência das entidades críticas, agora a UE irá dispor de um quadro jurídico atualizado e abrangente para reforçar a resiliência física e cibernética das infraestruturas críticas, mas a situação de conflitos em curso exige que se acelere a aplicação das novas regras.

A Comissão Europeia está a encorajar os Estados-Membros a realizarem testes de resistência das entidades que gerem as infraestruturas críticas, com base numa série de princípios desenvolvidos a nível da UE.

Os testes de resistência serão complementados pela elaboração de um plano sobre os incidentes e crises a nível das infraestruturas críticas, que descreverá e definirá os objetivos e modalidades da cooperação entre os Estados-Membros e as instituições, órgãos e organismos da UE no que respeita à forma como reagir aos incidentes que afetam as infraestruturas críticas, em especial quando provocam perturbações significativas a nível do abastecimento de serviços essenciais para o mercado interno.

O objetivo é reforçar a capacidade de alerta precoce e dar resposta a perturbações das infraestruturas críticas através do Mecanismo de Proteção Civil da União. A Comissão irá avaliar periodicamente a adequação e estado de preparação das atuais capacidades de resposta e organizará testes de cooperação intersetorial a nível da UE.

O projeto de recomendação da Comissão Europeia inclui um reforço da cooperação com os principais parceiros e países vizinhos em matéria de resiliência das infraestruturas críticas. A Comissão e o alto representante deverão reforçar a cooperação com a OTAN através do diálogo estruturado UE-OTAN sobre resiliência e para isso irão criar um grupo de trabalho para o efeito.

Para a vice-presidente da Promoção do Modo de Vida Europeu Schinas, “as infraestruturas críticas estão cada vez mais interligadas e interdependentes. Quer se trate de condutas, vias de transporte ou cabos submarinos, as perturbações ocorridas num país podem ter um efeito de cascata, com ramificações em toda a União.”

A comissária responsável pelos Assuntos Internos, Ylva Johansson, referiu: “Urge acelerar a aplicação das novas regras e intensificar os esforços através da adoção de medidas suplementares e de uma cooperação mais estreita.”

“A Comissão instituiu igualmente um programa de emergência a curto prazo para ajudar os Estados-Membros a melhorar a sua preparação em matéria de cibersegurança apoiando, por exemplo, a realização de testes de penetração” concluiu Comissário do Mercado Interno, Thierry Breton.