Os tiros nos pés dos sindicatos de professores

Ontem assisti na TV ao eterno Mário Nogueira, líder do sindicato Fenprof a atacar o outro presidente André Pestana, líder do STOP, dando uma imagem de desunião perante o governo.

Paulo Freitas do Amaral, Professor de História
Paulo Freitas do Amaral, Professor de História. Foto: DR

Mas o pior de tudo é que ambos os sindicalistas tiveram afirmações totalmente absurdas a propósito das reivindicações dos professores.

Mário Nogueira ficou preso na questão do tempo de serviço e ataca desalmadamente uma nova geração de professores que não usufruiu de profissionalização paga pelo Estado como havia no tempo em que ele se formou e André Pestana faz afirmações em que convoca uma greve de duas semanas dos professores estando com este anúncio a provocar uma viragem da opinião pública contra a sua própria classe profissional que está farta de greves.

Estes dois sindicalistas estão cada vez mais a barricar-se nas suas lutazinhas pessoais dos professores unicamente com mais de 20 anos de serviço e a abdicar das situações de todas as gerações mais novas.

O governo entendeu bem o “calcanhar de Aquiles” dos professores e a melhor forma de os dividir, pondo os sindicatos a falar contra os colegas de profissão mais novos e sobre o seu pouco tempo de serviço.

Os sindicatos caíram na esparrela e atacaram os professores que têm de pagar um mestrado do seu bolso graças ao tratado de Bolonha para serem professores, ao contrário da profissionalização financiada que havia no tempo dos professores que se queixam de terem ficado com as suas carreiras congeladas por Passos Coelho.

Tenho muitas dúvidas que haja novamente uma mobilização de professores como vimos no passado e até posso arriscar dizer que o Governo ganhou a luta de levantar avante as suas decisões.

A divisão numa luta enfraquece e fere de morte. A meu ver, foi o que aconteceu com a luta dos professores com o governo.

Autor: Paulo Freitas do Amaral, Professor de História.