Portugal na vanguarda da formação para a ciberdefesa

Escola de Comunicações e Sistema de Informação (ECSI) da NATO, atualmente sediada em Itália, vai ser transferida para Oeiras e, assim, colocar Portugal na vanguarda do ensino e formação em ciberdefesa.

NATO
NATO, Foto: Rosa Pinto

O Ministro da Defesa Nacional, José Alberto Azeredo Lopes, sublinhou, hoje, 28 de abril, na 2ª Conferência Internacional da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) dedicada a ‘Cyber Defence, Smart Defence Projects’, na Academia Militar, que “Portugal pretende assumir na formação para a área da ciberdefesa” um papel de relevo.

“Este objetivo partilhado por Portugal e pela Aliança desempenhará um papel crucial no processo de desenvolvimento de capacidade de ciberdefesa, sobretudo ao nível da educação, treino e qualificação dos recursos humanos”, afirmou o Ministro da Defesa.

Para a transferência para Portugal da Escola de Comunicações e Sistema de Informação (ECSI), atualmente sediada em Itália, a NATO aprovou, no passado mês de março, 25 milhões de euros, para a construção das novas instalações. As obras devem ter início em janeiro de 2017, e a conclusão está prevista para o primeiro semestre de 2018, indicou o Ministério da Defesa Nacional.

O mundo tornou-se cada vez mais interligado e altamente dependente do acesso aberto mas seguro à rede internet, isto é, ao designado ciberespaço, e com todas as atividades económicas, sociais e cívicas a dependerem da computação em rede. O Ministro da Defesa reforçou a ideia de compromisso de Portugal com o desenvolvimento da defesa cibernética.

A dependência de todas as atividades da computação em rede “deve ser levada em consideração nas nossas estratégias de defesa, tanto a nível nacional como a nível internacional”, referiu o Ministro.

O Ciberespaço disse o Ministro, “é frequentemente descrito como a nova ‘estratégica fluida’, ou seja, com ultra alta velocidade e onipresença”. O ciberespaço tornou-se “no quinto domínio das operações militares” e “ao mesmo tempo, representa um desafio para os conceitos militares tradicionais em todos os níveis da prevenção da guerra: estratégico, operacional e tático”.

O potencial altamente perturbador de um ciberataque é facilmente ilustrado pelo simples facto da NATO depender fortemente de tecnologias de rede para realizar com eficiência missões e operações em todo o mundo, indicou José Azeredo Lopes.

O Ministro chamou a atenção para a proteção das infraestruturas críticas nacionais, para a segurança das comunicações das Forças Armadas e sistemas de informação, e sublinhou o risco de uma perda de confidencialidade, integridade e disponibilidade de recursos de dados. Uma situação que, a acontecer, levaria à degradação da capacidade de cumprir missões, pelo que, “deve levar-nos a criar um quadro operacional eficiente”.