Primeiro Mestrado da Guiné-Bissau tem coordenação científica da Universidade do Minho

Primeiro mestrado da Guiné-Bissau tem coordenação científica da Universidade do Minho
Primeiro mestrado da Guiné-Bissau tem coordenação científica da Universidade do Minho. Foto: DR

Na Guiné-Bissau, a Escola Superior de Educação (ESSE) – Unidade Tchico Té ministra o Mestrado em Língua Portuguesa, o primeiro do país. O Mestrado tem a coordenação científica de Micaela Ramon, professora do Departamento de Estudos Portugueses e Lusófonos da Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas (ELACH) da Universidade do Minho (UMinho).

A aula inaugural do Mestrado teve o ministro da Educação Nacional, Ensino Superior e Investigação Científica, Queba Djaite, o diretor da ESE-Tchico Té, Ibraima Djaló, o embaixador de Portugal em Bissau, Miguel Cruz Silvestre, a embaixadora e enviada especial de Portugal para África, Rita Laranjinha, bem como docentes do conselho coordenador do Mestrado incluindo Micaela Ramon.

A ELACH-UMinho é responsável pela criação, desenvolvimento e implementação do curso, que tem a duração de dois anos. O curso é financiado pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, e o projeto conta com vários docentes da UMinho a lecionar presencialmente as unidades curriculares em formato intensivo e, também, com professores guineenses de reconhecido mérito, o que garantem a qualidade e a sustentabilidade do mestrado.

O ministro Queba Djaite destacou que o curso “vai fortalecer a pesquisa e o ensino nos domínios da literatura, cultura e educação”, e contribuirá para o desenvolvimento académico e institucional do país.

O embaixador Miguel Cruz Silvestre referiu que o investimento na educação representa quase metade do programa de cooperação entre Portugal e Guiné-Bissau, logo “é um orgulho que este primeiro mestrado seja dedicado à língua que nos une e que é também ferramenta de futuro, de ciência e de cidadania”.

Também, Micaela Ramon referiu que os guineenses vivem “uma nova etapa na oferta de formação avançada em Língua Portuguesa, até aqui limitada ao grau de licenciatura, e alarga-se assim as possibilidades de investigação, especialização e qualificação científica”.

UMinho indicou, em comunicado, que também está a prestar suporte científico na reforma do ensino básico da Guiné-Bissau, que o Governo está a liderar e que conta com o apoio do Banco Mundial, UNICEF e Fundação Calouste Gulbenkian. O ano letivo anterior viveu uma “revolução”, com inovação e currículos comuns nas escolas do 1º ciclo, desde manuais para alunos a guias e materiais digitais para docentes.

A perspetiva é que a ação seja alargada paulatinamente ao 2º ciclo, ensino acelerado e final do pré-escolar. Na colaboração com a Guiné-Bissau participam docentes do Instituto de Educação, da Escola de Ciências, da ELACH e do Instituto de Ciências Sociais da UMinho.