
O Presidente do Conselho Europeu, António Costa, no seu discurso de hoje, 22 de janeiro de 2025, no Parlamento Europeu, lembrou as três principais mensagens do Conselho Europeu e referiu que só em conjunto é possível enfrentar os maiores desafios que a Europa está a enfrentar.
Mensagens do Conselho Europeu
Ucrânia: A União Europeia reafirmou o apoio à Ucrânia pelo tempo que for necessário, e o que for preciso, para uma paz abrangente, justa e duradoura. Uma mensagem transmitida ao Presidente Zelenskyy. “Prometemos fortalecer a posição da Ucrânia para cada cenário. A paz deve ser a paz escolhida pela Ucrânia e pelos ucranianos. Para o bem da segurança da Ucrânia. Para o bem da segurança da Europa.”
Ampliação: Um comprometimento total com a ampliação como o maior investimento geopolítico para a paz e a segurança, para os europeus e para o continente. “Um tópico central na cúpula dos Balcãs Ocidentais” referiu o Presidente do Conselho Europeu. “Os seis países dos Balcãs Ocidentais, Ucrânia e Moldávia, estão a trabalhar arduamente para cumprir os seus compromissos. Não há dúvida de que o futuro desses países está na nossa União. É hora de cumprirmos as nossas promessas, assim como eles cumprem as deles.”
Papel da Europa no mundo: “Precisamos renovar as nossas relações com o Reino Unido e trabalhar por um relacionamento transatlântico mais forte, enraizado na nossa história comum e laços profundos com os Estados Unidos e o Canadá. Uma parceria que sustentou a paz e o crescimento econômico por décadas, com base em nossos valores compartilhados e interesses comuns.”
António Costa reforçou: “A União Europeia e os Estados Unidos são os maiores parceiros comerciais e de investimento um do outro. É do interesse de ambos continuar a promover um relacionamento comercial estável, equilibrado e previsível. Estamos ansiosos para trabalhar em estreita colaboração com a nova Administração dos EUA para promover uma cooperação económica positiva e justa e trabalhar em nossas prioridades compartilhadas para prosperidade e segurança enquanto – naturalmente – protegemos nossos próprios interesses.”
Mas o Presidente do Conselho Europeu referiu, também, que “a União Europeia precisa fortalecer suas relações bilaterais e multilaterais com países terceiros, com base em interesses comuns, prosperidade mútua e prioridades compartilhadas, como ação climática, desenvolvimento sustentável ou redução da pobreza e doenças”.
Partindo de que o mundo é multipolar, as “expressões como Sul Global e Norte Global não fazem sentido”, afirmou António Costa. Neste sentido, referiu que aguarda “ansiosamente as próximas cimeiras”, durante o atual semestre, “com a África do Sul, Ásia Central, Brasil e Japão e também a visita da Comissão Europeia à Índia”.
Para António Costa “a União Europeia é um pilar da ordem internacional baseada em regras”, que assume “os princípios de soberania, integridade territorial e inviolabilidade de fronteiras”. Uma União Europeia que continua “a apoiar um sistema inclusivo e multilateral sob os princípios da Carta da ONU e do direito internacional”, e está comprometida “com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, o Pacto para o Futuro e o Acordo de Paris.”
Sobre a defesa, António Costa referiu que “para preservar a paz, precisamos assumir maior responsabilidade pela nossa própria defesa, nossa autonomia estratégica, nossa soberania. É por isso que, desde 2014, e especialmente depois de 2022, os Estados-Membros têm aumentado os seus orçamentos para defesa. Hoje, os vinte e três Estados-Membros que também são aliados da OTAN, todos juntos, devem gastar mais de 2% em investimentos em defesa.”
Ainda na esfera da defesa lembrou que está a ser implementada a Bússola Estratégica, a usar novas ferramentas para aumentar a produção de munições e a adquirir produtos de defesa mais urgentes e críticos. Isto, em conjunto com o Programa Industrial de Defesa e o Banco Europeu de Investimento foi atualizada a política de apoio à tecnologia de uso duplo.