Escolas podem reduzir consumo de energia e melhorar o ambiente interior

Estudo mostra que as Escolas reabilitadas pela Parque Escolar podem reduzir o consumo de energia e melhorar a qualidade ambiental no interior. As mudanças dependem da gestão dos sistemas ambientais com a população escolar, no início do ano escolar.

Escolas podem reduzir consumo de energia e melhorar o ambiente interior
Escolas podem reduzir consumo de energia e melhorar o ambiente interior. Investigadora Luísa Dias Pereira. Foto: DR

No início de cada ano letivo, se os sistemas ativos de gestão centralizada, como os sistemas de ar condicionado, a iluminação, sistemas de ventilação, entre outros, fossem ajustados em função da ocupação das salas de aula e dos horários letivos, o consumo de energia térmica seria reduzido entre 20 a 30% e a Qualidade Ambiental Interior (QAI) seria aumentada significativamente. A conclusão é de um estudo desenvolvido na Universidade de Coimbra, e referente às Escolas reabilitadas pela Parque Escolar.

A investigadora Luísa Dias Pereira, no Departamento de Engenharia Mecânica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) realizou ao longo de dois anos letivos campanhas de monitorização de QAI em oito escolas secundárias do país requalificadas pela Parque Escolar. A monitorização permitiu avaliar vários parâmetros relativos às condições ambientais do interior dos edifícios escolares, como o nível de conforto térmico, concentrações de CO2, temperatura e humidade relativa, entre outros.

Os dados recolhidos levaram ao desenvolvimento de uma metodologia “que permite estabelecer planos de eficiência energética personalizados, ou seja, consoante as características de cada estabelecimento de ensino”. A investigadora aplicou a metodologia em duas das oito escolas avaliadas com características diferentes.

Luísa Dias Pereira verificou que ajustando o funcionamento dos sistemas ativos dos edifícios em função do número de alunos nas salas de aula e dos horários letivos, “é possível otimizar a eficiência energética sem comprometer o conforto e a saúde dos seus ocupantes, conseguindo-se obter uma redução entre 20 e 36% do consumo de energia térmica útil nas escolas”.

O número de alunos e os horários variam de ano para ano pelo que a investigadora recomenda que “no início de cada ano letivo, as direções das escolas olhem para a ocupação que vão ter, sobretudo nas salas de aula, e ajustem os sistemas que são necessários nesses espaços de acordo com o número de ocupantes (alunos, professores, pessoal técnico, etc.)”.

“No fundo, o que propomos é uma abordagem metodológica abrangente sobre o consumo de energia que permite tirar partido das novas funcionalidades introduzidas nas escolas pela intervenção da Parque Escolar”, referiu a investigadora citada em comunicado da Universidade de Coimbra.

O estudo, que foi já publicado na revista científica Energy Efficiency, levou à elaboração de um manual de boas práticas que estabelece os principais princípios de atuação para a definição de planos de eficiência energética nas escolas.

Neste trabalho de investigação, desenvolvido pela investigadora Luísa Dias Pereira, no âmbito da sua tese de doutoramento, no Departamento de Engenharia Mecânica da FCTUC, foi orientada por Manuel Carlos Gameiro da Silva, professor da Universidade de Coimbra. O trabalho foi integrado no projeto “3Es” (Escolas Energeticamente Eficientes). Uma investigação financiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.