Novo Telescópio da Universidade de Coimbra melhora serviço a visitantes

Observatório Geofísico e Astronómico da UC inaugura novo telescópio para oferecer melhores condições técnicas e científicas de observação. Investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia estão envolvidos no projeto SWAIR para produtos de navegação área.

Novo Telescópio da Universidade de Coimbra melhora serviço a visitantes
Novo Telescópio da Universidade de Coimbra melhora serviço a visitantes. Foto: DR

O Observatório Geofísico e Astronómico (OGA), da Universidade de Coimbra (UC), possui um novo telescópio que oferece, a partir de 23 de fevereiro, melhores condições técnicas e científicas de observação aos visitantes.

O novo telescópio foi adquirido pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e recebeu o nome de Monteiro da Rocha, em homenagem ao primeiro diretor do Observatório Astronómico de Coimbra.

A UC indicou que, nos últimos dois anos, a FCTUC tem vindo a recuperar as infraestruturas astronómicas. Um trabalho que se tem tido reflexo no número de visitantes. “Se até janeiro de 2016, o OGA da UC recebia em média 500 visitas anuais, atualmente acolhe cerca de 5 mil visitantes por ano.”

O novo telescópio está instalado na cúpula astronómica da Fundação Calouste Gulbenkian, no edifício principal do Observatório. A FCTUC possuiu a plataforma digital SpinLab e projeto SWAIR, financiado pela Agência Espacial Europeia (ESA) no âmbito do programa ARTES IAP Demonstration Project.

O SpinLab é um laboratório dedicado à Meteorologia Espacial de suporte a atividades económicas, e referiu a investigadora Teresa Barata, tem como missão “monitorizar, prever e mitigar os efeitos da Meteorologia Espacial em diferentes áreas sociais e económicas.”

A investigadora, citada pela UC, explicou que Meteorologia Espacial “entende-se a monitorização, estudo e previsão de fenómenos provocados pela interação entre a atividade solar e a Terra. As auroras boreais são o exemplo mais conhecido de um efeito de meteorologia espacial. Estes fenómenos têm impacto em atividades económicas como sejam a navegação aérea, redes elétricas, setores dependentes de sistemas de posicionamento (GNSS/GPS), entre outros.”

Teresa Barata esclareceu ainda que “a 4 de novembro de 2015, a Suécia viu-se obrigada a fechar o seu espaço aéreo por umas horas devido a um fenómeno de meteorologia espacial, neste caso uma tempestade geomagnética com origem numa explosão solar.”

A UC esclareceu que o projeto SWAIR (Space Weather and GNSS monitoring services for Air Navigation) reúne em consórcio as empresas Present Technologies e Bluecover Technologies e a Universidade de Coimbra, e conta ainda com a colaboração de um conjunto de entidades nacionais e internacionais de relevo, entre as quais a NAV Portugal (responsável pela Navegação Aérea em Portugal), a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e a NetJets Europe (líder mundial de aviação no segmento de jatos privados).

O SWAIR tem um orçamento de 600 mil euros, e o objetivo de desenvolver um produto para o setor da aviação, especificamente para a navegação aérea, “que permita efetuar a monitorização em tempo real da qualidade dos sinais GNSS (ex. GPS) em aeroportos para apoio aos procedimentos de aproximação, detetando perturbações diversas, incluindo as causadas por jamming (ataques indevidos ao sinal) e meteorologia espacial, assim como fazer previsões de potenciais descontinuidades”, adiantou Paulo Martins, diretor de operações da Present Technologies, a empresa que coordena o projeto, citado pela UC.

Para Paulo Martins o grande objetivo da tecnologia a desenvolver, que será testada em dois aeroportos nacionais, é “melhorar as condições de decisão dos controladores de tráfego aéreo e, assim, aumentar a segurança durante a execução dos procedimentos de aproximação dos aviões aos aeroportos.”