Internet como fonte de informação em saúde

Informação sobre saúde disponível na Internet é muita e variada. Neste artigo o Grupo de Trabalho da Comissão de Tecnologias de Informação em Saúde do Health Parliament Portugal alerta para a informação ser avaliada de forma critica.

Informação em saúde
Informação em saúde. Foto: Rosa Pinto

Atualmente, estima-se que a Internet tenha mais de 3 mil milhões de utilizadores. Entre as várias possibilidades de utilização oferecidas pela Internet, o recurso à Internet como fonte de informação sobre saúde tem sido uma tendência que se começou a instalar, e que hoje já deu origem ao termo ‘Dr.Google‘.

A Internet como fonte de informação sobre saúde permite às pessoas obterem conteúdos adicionais aos que são proporcionados pelos médicos, quer por uma questão de insatisfação com o que lhes foi proporcionado ou por uma perceção de uma necessidade de obterem mais informações ou ainda, para poderem comparar informações recolhidas em vários meios e profissionais de saúde. Permite ainda o acesso a conteúdos mais facilmente atualizados, como um diagnóstico, sintomas, tratamentos e terapêuticas para uma determinada doença, preparação para cirurgias e identificação de questões para colocar aos profissionais de saúde.

Devido a esta necessidade gerada pelos internautas, observou-se uma proliferação de sites onde os utilizadores podem criar e dinamizar o seu próprio conteúdo numa variedade de plataformas de informação, o que provocou o desenvolvimento não-ordenado e não-planeado de inúmeras páginas web, com informação de todo o tipo, não necessariamente científica ou validada por profissionais de saúde.

Neste contexto, a utilização da Internet apresenta algumas limitações além da qualidade da informação, como falta de fiabilidade, confidencialidade, privacidade e segurança, ou acesso desigual e dificultado por desafios de navegação devido a inúmeras caraterísticas de design (por exemplo, desorganização, linguagem técnica e falta de permanência).

As novas tecnologias exigem por isso um grau de literacia adequado possibilitando a capacidade de identificar, compreender, interpretar, criar, comunicar, avaliar a informação e as suas fontes de uma forma critica, incorporar essa informação na sua base de conhecimento, utilizá-la para atingir os seus objetivos específicos e compreender as dimensões económicas, legais, sociais e éticas que condicionam o seu uso.

Enquanto deputados da Comissão de Tecnologias de Informação do Parlamento da Saúde vamos continuar a acompanhar este tema da literacia digital e a explorar possíveis mecanismos de monitorização e melhoria da qualidade da informação disponível na internet.

 

Os autores do artigo: André Peralta Santos, Andreia Garcia, Elisabete Durão, Guida Jesus, João Gregório, João Moreira Pinto, Lourenço Oliveira, Mário Amorim Lopes, Nelson Pinho, Rita Veloso, Sofia Couto Rocha