Fundação Gates financia cientistas do Instituto Gulbenkian de Ciência

Equipa de investigadores, do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), liderada por Miguel Soares, vai receber apoio financeiro da Fundação Bill e Melinda Gates para investigação na área da malária.

Fundação Gates financia cientistas do Instituto Gulbenkian de Ciência
Fundação Gates financia cientistas do Instituto Gulbenkian de Ciência. Foto: © Sandra Ribeiro, IGC

Fundação Bill e Melinda Gates vai apoiar, durante dois anos, uma equipa de investigadores do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC) para estudar se “uma determinada molécula de açúcar expressa pelo agente causador da malária, o Plasmodium, deve ser incluída como parte de uma nova vacina para a malária”.

O investigador Miguel Soares é o líder da equipa que irá desenvolver o estudo. É a segunda vez que este investigador é apoiado pela Fundação Bill e Melinda Gates no desenvolvimento de investigação. No atual projeto o valor previsto de apoio é de 400 mil dólares (cerca de 360 mil euros).

A Fundação Gates estabeleceu como objetivo atingir “um mundo livre de malária até 2020”. Para atingir este objetivo a Fundação disponibiliza apoio financeiro a cientistas que propõem linhas de investigação que possam conduzir a “uma vacina contra a malária”. A vacina apresenta-se como a solução para combater a doença que afetou, só em 2015, mais de 200 milhões de pessoas em todo o mundo.

“Há menos de dois anos, a equipa de Miguel Soares descobriu que o glicano α-gal, uma molécula de açúcar que é expressa por componentes bacterianos existentes na microbiota do intestino humano, pode desencadear um mecanismo natural de defesa conferindo uma elevada proteção contra a transmissão de malária”, refere o IGC.

O trabalho de investigação, liderado por Miguel Soares, foi publicado na revista científica Cell. Os resultados da investigação chamaram a atenção da Fundação Bill e Melinda Gates que “convidou Miguel Soares a usar estas descobertas para ajudar no desenvolvimento de uma vacina contra a malária”.

Agora a equipa de investigadores, no IGC, vai prosseguir os estudos, e os resultados podem “guiar a decisão da Fundação num futuro investimento sobre o uso de glicanos como candidatos a uma vacina de malária que bloqueie a transmissão do Plasmodium”, disse Miguel Soares, citado pelo IGC.

“O nosso objetivo é perceber se esta molécula de açúcar pode ser usada como alvo para a vacina da malária. Usando a plataforma de ensaios da Fundação Bill e Melinda Gates, vamos investigar se anticorpos específicos contra o α-gal conseguem prevenir a transmissão de malária”, disse o investigador.

O projeto de investigação “vai ser desenvolvido em colaboração com o Prof. Henrique Silveira no Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) e com a ‘Malaria Vaccine Initiative’ (MVI).